O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), anunciou na noite desta terça-feira (27) a indicação da primeira mulher negra a compor a turma de ministros da Corte. Conforme indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a advogada Edilene Lôbo será a nova ministra substituta do TSE.
Edilene Lôbo assume a vaga do ministro André Ramos Tavares, outrora substituto e que agora assume a cadeira de titular. Nos próximos dias o TSE deve anunciar a data em que a advogada tomará posse no tribunal.
“Antes de iniciarmos, quero informar que o presidente da República acabou de nomear a doutora Edilene Lôbo como ministra substituta da corte do Tribunal Superior Eleitoral”, declarou o ministro Alexandre de Moraes no ato de abertura da sessão desta noite que julga ação do PDT que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível.
A nova ministra é uma figura respeitada por Lula e pelo PT. Em 2018 defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) quando fazia campanha para o Senado no estado de Minas Gerais. Atualmente é uma das advogadas da Federação Brasil da Esperança (PT, PcdoB e PV).
Quem é Edilene Lobo
Doutora em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Edilene Lobo possui um extenso currículo acadêmico que abrange projetos de pesquisa sobre assuntos como direitos humanos e sexualidade, inclusão e visibilidade em processos eleitorais democráticos e tecnologias.
Edilene é mineira e já defendeu o diretório estadual do PT. A advogada faz parte da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (ABRADEP), que é uma instituição que visa debater as pautas entre direito e política com pluralidade, a fim de fomentar a democracia.
De acordo com o levantamento do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, a participação de líderes mulheres na administração pública brasileira era de apenas 33% em fevereiro deste ano. Mesmo o número sendo baixo, quando comparado ao ano de 2019, houve aumento de 7% na representação feminina.
De qualquer forma, quando esses dados são comparados com a população de mulheres brasileiras, ainda é notável a desigualdade de gênero na ocupação de cargos públicos, principalmente quando se trata do alto escalão.
A nomeação de Edilene é significativa não apenas pelo seu profissionalismo e preparo, como também pela visibilidade de minorias ao se verem representadas por uma mulher negra.
Fonte: Fórum