A Polícia Federal prendeu hoje (10) três pessoas – uma delas funcionária do CRM (Conselho Regional de Medicina) do Piauí – suspeitas de integrarem quadrilha de falsificação de registros de médicos.
Pelo menos nove denúncias estão sendo investigadas pela PF. Os alvos da quadrilha são os médicos reprovados no Revalida. Eles cobravam de R$ 300 mil a R$ 500 mil por inscrições no CRM do Piauí.
A Polícia Federal deflagrou a Operação Revalida para prender os membros e desestruturar organização criminosa especializada em cometer falsificações no âmbito do Conselho Regional de Medicina na cidade de Teresina.
Segundo a PF, o grupo criminoso realizava a inserção de documentos falsos e diplomas fictícios para conseguir a inscrição de profissionais não habilitados no CRM, para que assim pudessem exercer a profissão.
Os suspeitos cobravam até R$ 500 mil para realizar a fraude e 9 pessoas teriam conseguido o registro de médico por meio desse grupo criminoso.
“Até o momento, as investigações identificaram nove registros expedidos pela organização criminosa. Número subdimensionado tendo em vista a movimentação financeira milionária entre os alvos, que cobravam entre R$ 300 mil e R$ 500 mil”, explicou a PF.
A operação cumpriu sete mandados judiciais expedidos pela 3ª Vara Federal de Teresina, da Seção Judiciária do Piauí, sendo quatro de busca e apreensão e três de prisão temporária, cumpridos nos municípios de Teresina e São Luís. Os nomes dos presos não foram revelados.
“Os investigados poderão responder pelos crimes de compor organização criminosa, falsificação de documento público, uso de documento falso e lavagem de bens e valores”, informou.
O advogado do CRM, Ricardo Cury, informou que o Conselho acionou a PF após identificar que documentos apresentados pelos supostos médicos não foram confirmados pelas universidades e faculdades no Brasil. Segundo ele, todos as instituições superiores apresentadas pelos falsos médicos são de outros estados.
Para que o médico possa exercer a profissão é preciso que ele tenha o registro profissional concedido pelo CRM.
Ao receber o pedido de registro, o CRM realiza uma série de investigação para saber se o graduando apresentou documentos verdadeiros. Entre os documentos exigidos são o diploma, histórico escolar e ata de colação de grau.
“Identificamos que não foram confirmadas a expedição de documentos pelas instituições e que se trata de documentos falsos e acionamos o Ministério Público Federal e a PF”, disse Ricardo Cury da assessoria jurídica do CRM.
No CRM nove pedidos de registro profissional estão sob suspeita de diplomas falsos.
“Independente de onde é o médico e solicita inscrição no CRM do Piauí toda documentação é verificada e são confirmações através de ofícios da instituição de origem. Temos obrigação de confirmar. O mesmo procedimento é para os profissionais daqui e de fora. Não abrimos mão de seguir as exigências para o registro”, disse Ricardo Cury.
O advogado crê que os pedidos seriam para o exercício ilegal da profissão. Em casos anteriores, o CRM já conseguiu prender três falsos médicos, dois deles foram presos dentro do conselho tentando tirar o registro.
“Os documentos falsos são para o revalida, bem como para pessoas que nem estudaram medicina. Temos o máximo de cuidado, pois quem vê cara, não vê coração e enquanto órgão fiscalizador precisamos ter cuidado de colocar no mercado profissionais qualificados”.
FONTE: CIDADE VERDE