Marcos Vitor Aguiar Dantas, condenado por estuprar a irmã e uma prima, utilizava nome falso e trabalhava em um restaurante na Argentina.  Ele foi preso nesta quinta-feira na cidade de Mar del Plata, após um trabalho investigativo que contou com apoio da Interpol e da Polícia Federal argentina.

No país vizinho, Marcos Vitor se apresentava como ‘Pedro Saldanha’ e tinha uma aparência diferente da que utilizava quando ainda morava em Teresina. Com cabelo grande e barba o ex-estudante de medicina levava uma vida normal, segundo a polícia.

“Conseguimos identificar inicialmente que ele estava em Buenos Aires, no entanto, depois que foi publicada a sentença de condenação, ele começou a se movimentar. Tivemos que reativar o trabalho de levantamento e monitoramento nas redes sociais. Ele usava nome falso e estava vivendo uma vida normal na Argentina, inclusive trabalhando em um restaurante como freelancer”, explicou o delegado Matheus Zanata, que coordenou as investigações.

As diligências também foram realizadas no ambiente cibernético para ajudar na localização e na prisão do investigado.

“Quando surgiu essa possibilidade da pessoa que usava o nome de Pedro Saldanha ser na verdade o Marcos Vitor, foragido da Justiça do Piauí, o delegado Matheus Zanatta acionou a gente para fazer essas confirmações, fazer o que era possível fazer à distância. Isso foi feito em um espaço curto de tempo. A partir daí foi só a burocracia necessária para poder cumprir essa prisão”, destacou o delegado Anchieta Nery, que comandava a delegacia de repressão aos crimes de informática.

A prisão de Marcos Vitor foi confirmada na manhã desta quinta-feira (19) pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí.

O caso

Marcos Vitor Aguiar Dantas foi condenado a 33 anos oito meses e sete dias de prisão em regime fechado pelo estupro de duas meninas, uma delas sua irmã.

Pelo estupro da irmã, Marcos Vitor foi condenado a 23 anos e quatro meses e pelo estupro da prima a condenação foi de 10 anos, quatro meses e sete dias. Na decisão do juiz, o estudante foi absolvido de uma terceira denúncia de estupro, também contra uma prima.

O caso, que foi investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), ganhou repercussão nacional e chocou o país.

As denúncias contra foram encaminhadas à polícia em agosto de 2021. As violências sexuais ocorriam, diz a mãe de uma das vítimas, quando Marcos Vitor tinha oportunidade de ficar sozinho com as meninas, inclusive durante viagens familiares.

Em depoimento, a mãe informou que por causa dos abusos, sua filha teve depressão, se automutilou e tentou suicídio.

Fonte: Cidade Verde