Foto: Renato Andrdade/Cidadeverde.com

A reunião entre o presidente da Fundação Municipal de Saúde, Gilberto Albuquerque e representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM) não surtiu efeito e o hospital e a maternidade do hospital do Buenos Aires foram interditados parcialmente por 60 dias agora há pouco.

Inspeção do CRM contatou várias irregularidades como falta de material, medicamentos e equipamentos sucateados.

Com a interdição, os serviços no hospital estão suspensos por 60 dias até que os problemas sejam resolvidos. Se nesse intervalo o poder público não solucionar as irregularidades, o prazo de interdição será prorrogado, segundo a vice-presidente do CRM-PI, Miriam Palha Dias.

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Ministério Público

O promotor de Justiça Eny Marcos Vieira Pontes participou da reunião e informou que o Ministério Público vai abrir um procedimento para apurar a denúncia de que um bebê morreu no hospital por falta de médico.

“Acabei de ter informação desse fato na reunião que fizemos. Vai ser instaurado um procedimento para apurar o prontuário do bebê e chamar quem atendeu ou não. Era um bebê e ele morreu aqui”, destacou o promotor.

Outro caso que chamou atenção do MPPI durante a reunião foi a informação de que um bebê foi atendido por um neonatologista por telefone através da conduta de uma enfermeira.

“Para responsabilizar temos que apurar. Essa notícia de que alguém foi atendido por telemedicina é inadmissível. Uma maternidade tem que ter em seus médicos para atender pessoalmente esses bebês. Não se resolve medicina dessa forma”, lamentou o promotor.

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O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) aprovou na noite de ontem (30), a interdição ética parcial do Hospital e Maternidade do Buenos Aires, na zona Norte de Teresina.

Neste momento, ocorre uma reunião dentro do hospital com a presença do presidente da Fundação Municipal de Saúde, Gilberto Albuquerque, o promotor de justiça, Eny Pontes, a direção do hospital e representantes do CRM.

Segundo o CRM-PI, desde fiscalização realizada no último dia 27 de outubro, o hospital foi colocado em indicativo de interdição após serem identificados diversos problemas como ausência frequente de soro fisiológico, falta de algumas medicações analgésicas e antibióticos, escala de neonatologia incompleta comprometendo a segurança dos recém-nascidos da maternidade, falta de luvas de procedimentos, além de outras irregularidades.

Foto: Reprodução

Já ontem (30), durante nova fiscalização, o Conselho informou que não houve correção dos problemas detectados que vêm acarretando riscos para o tratamento da população, bem como comprometendo a prestação dos serviços dos médicos, e por isso decidiu interditar o local. O aviso de interdição será anexado na porta de entrada do hospital na manhã desta quinta-feira (1º).

Ainda de acordo com o Conselho de Medicina, com a interdição, nenhum novo paciente será atendido no local. Já aqueles que estiverem internados e não puderem ser encaminhados para outras unidades de saúde, ficarão sob supervisão médica até a alta.

O CRM acrescentou ainda que a interdição é por tempo indeterminado, mas assim que as irregularidades forem sanadas, o Hospital do Buenos Aires será aberto novamente.

Foto: Ascom/CRM

Reuniões

O Conselho também destacou que essa interdição foi medida final depois de seis fiscalizações realizadas durante o ano de 2022 com comunicação aos gestores do hospital e da Fundação Municipal de Saúde (FMS), sobre as várias irregularidades flagradas nas fiscalizações, além de várias reuniões presenciais realizadas com os gestores e inclusive com o prefeito Dr. Pessoa nas quais foram solicitadas a solução dos problemas.

Também na manhã de ontem (30), o CRM informou que teve uma nova reunião com gestores da FMS, mas não foram apresentadas soluções para os problemas citados e por isso decidiram na interdição ética.

 

Fonte: Cidade Verde