Cerca de 1,2 milhão de pretos e pardos vivem em situação de pobreza no Piauí. É o que revela o estudo  “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil” divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente ao ano de 2021. Esse quantitativo representa mais de 47% da população deste segmento racial no estado.

Ao todo, mais de 44% da população piauiense, cerca de 1,4 milhão de pessoas, sobreviveu com até US$ 5,5 por dia no ano passado, parâmetro usado pelo Banco Mundial para definir a condição de pobreza. Em comparação, brancos apresentaram um indicador com quase um terço deles nessa situação (34,3%), o equivalente a cerca de 225 mil pessoas.

Considerando o mesmo parâmetro, o levantamento ainda mostra que 15% dos piauienses se encontravam em condições de extrema pobreza em 2021. Deste percentual, quase 16% eram pretos e pardos, o equivalente a cerca de 417 mil pessoas. Já as pessoas brancas correspondem a pouco mais de 11%, o equivalente a cerca de 76 mil pessoas.

De acordo com o IBGE, os valores em dólar (US$) referentes à linha de pobreza e de extrema pobreza não podem ser convertidos usando a taxa de câmbio do mercado, mas sim o fator Paridade do Poder de Compra (PPC).

Desocupação é maior entre pretos e pardos

O estudo também mostra que em 2021 a taxa de desocupação da população preta e parda foi cerca de 26% maior do que entre a branca no Piauí.

A taxa média de desocupação no estado no ano passado foi de 13%. Contudo, pretos e pardos tiveram 13,5% de desocupação, enquanto brancos registraram 10,7%.

Pretos e pardos têm menor média de rendimento

Enquanto o rendimento médio real do trabalho da população piauiense foi de R$ 1.409,00 o da população preta e parda  ficou em R$ 1.305,00, cerca de 29,3% menos do que a população branca, recebeu um rendimento médio de R$ 1.847,00.

A taxa de formalização na ocupação para a população de cor ou raça preta e parda no estado, em 2021, chegou a 35,17%, quase seis pontos percentuais a menos do que o observado para a população branca, que foi de 40,8%.

 

Breno Moreno (Com informações do IBGE)
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