A capacidade brasileira de geração de energia solar dobrou no último ano, levando o setor a crer que essa tecnologia passará em breve a ser a segunda maior fonte geradora do país, atrás apenas das usinas hidrelétricas.
A expansão, ainda que em ritmo menor do que o esperado, é fruto de uma corrida para garantir subsídios, que serão dados apenas àqueles que conseguirem acesso à rede de distribuição de energia até o início de janeiro.
Segundo a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), a capacidade de geração solar instalada no Brasil ultrapassou os 20 GW (gigawatts) neste mês, levando essa fonte a responder por 9,6% da capacidade no país.
Em agosto de 2021, o setor comemorava a marca de 10 GW, o que colocaria o Brasil na 15ª posição do ranking mundial elaborado pela Irena (Associação Internacional de Energias Renováveis) com dados de 2020.
O ranking de 2021 ainda traz o Brasil fora na 13ª posição, mas mostra a Itália em sétimo lugar com 22,7 GW. O oitavo lugar ficou com a Coreia do Sul, com 18,1 GW instalados. Não é possível, porém, prever qual será a posição do país no ranking de 2022.
Nos últimos 120 dias, diz a Absolar, o crescimento tem sido de 1 GW por mês. “Finalmente, o Brasil acordou para a energia solar e seus benefícios”, diz o presidente do conselho de administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk.
O crescimento acelerado nos últimos meses reflete a aproximação do fim do prazo para a garantia de descontos nas tarifas de transmissão e distribuição, definido pelo marco legal da geração distribuída, publicado em janeiro. A lei limita o desconto a projetos e acesso à rede até janeiro de 2023.
“Isso acelera muito o mercado, mas a gente não pode esquecer que nos últimos anos tivemos aumentos galopantes da energia, o que tornou a instalação das placas cada vez mais viável”, diz Roberto Corrêa, presidente da cooperativa de energia compartilhada Cogecom.
Ele acredita que, mesmo após o fim do prazo para o subsídio, a energia solar permanecerá viável, mas os 25 anos de subsídios garantidos para quem conseguir a conexão à rede até o dia 7 de janeiro melhoram muito a rentabilidade dos projetos.
Segundo a Absolar, a capacidade de geração solar instalada no Brasil é hoje dividida em 6,5 GW de grandes parques geradores e 13,5 GW de geração distribuída –desde painéis no teto de residências a fazendas solares que vendem energia para diversos clientes.
A energia eólica, segunda fonte com maior capacidade instalada no país, tem 22,4 GW, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Mas é uma fonte que depende mais de leilões do governo para viabilizar grandes parques geradores.
Fonte: Folhapress