Foto: Google Maps

Um adolescente de Simões, cidade localizada a 440 km ao Sul de Teresina, morreu no último sábado (20) vítima de micose pulmonar causada pelo fungo Paracoccidioidomicose. A doença, popularmente conhecida como “Doença do Tatu”, é transmitida quando o ser humano inala o fungo existente nas tocas destes animais ou em manejo de solo contaminado. Outras duas pessoas seguem internadas.

A Secretária de Saúde de Simões, Isamária Carvalho, disse ao Cidadeverde.com que a vítima e mais duas pessoas que estão internadas tiveram contato com tocas de tatu há pelo menos um mês durante uma caçada, e que logo em seguida os sintomas da doença começaram a aparecer.

“Tem mais de um mês que eles fizeram uma caçada, me parece que em torno de 4 pessoas, e depois começaram a apresentar os sintomas. Foram ao médico e mandaram para Picos que confirmou a contaminação. Eles inalaram o fungo do Tatu. Esse fungo fica na terra, nas tocas desses animais”, afirmou a secretária.

O rapaz de 17 anos ficou vários dias internado e morreu no último sábado. Uma outra pessoa permanece internada em Picos e outra está fazendo o tratamento contra a doença em Teresina.

“Daqui de Simões foi encaminhado um para Picos e o outro está em Teresina. Este de Teresina está retornando, está sendo acompanhado, fez os exames e está infectado, está menos grave. O de Picos está mais grave”, informou a gestora de saúde do município.

Esta é a segunda morte registrada em Simões por conta da doença. A Secretaria de Saúde emitiu uma nota alertando a população para que evite caçar e consumir tatus.

“São medidas educativas. Estamos orientando a não fazer a caça, além de ser ilegal, causa risco à saúde. As pessoas devem evitar essa prática. Essa doença pode levar a morte como já levou”, alerta a secretária.

A doença

Segundo o Ministério da Saúde, a paracoccidioidomicose (PCM) é a principal micose sistêmica no Brasil e representa uma das dez principais causas de morte por doenças infecciosas e parasitárias, crônicas e recorrentes, no país.

A transmissão

A exposição ao fungo está relacionada com o manejo do solo contaminado, como em atividades agrícolas, terraplenagem, preparo de solo, práticas de jardinagem, transporte de produtos vegetais, entre outras.

Não existe transmissão inter-humana do fungo Paracoccidioides spp., nem de animais ao homem. No entanto, os indivíduos estão expostos ao risco por inalação de propágulos infectantes, dispersos no solo. A principal porta de entrada do fungo no organismo é por via inalatória. Os órgãos comumente afetados são os pulmões (50%-100%), seguidos da pele, mucosas, linfonodos, adrenais, sistema nervoso central, fígado e ossos.

Sintomas

Entre os sintomas, a pessoa pode apresentar lesões na pele, tosse, febre, falta de ar, linfonodomegalia (ínguas), comprometimento pulmonar e emagrecimento.

Veja nota emitida pela Secretaria de Saúde

 

Fonte: Cidade Verde