A Universidade Federal do Piauí (UFPI) anunciou, nesta segunda-feira (04), que sofreu um corte em seu orçamento que chega a R$ 7,7 milhões. A perda dos recursos é considerada definitiva e compromete o pagamento de despesas, como manutenção, por exemplo. Diante da situação, a instituição disse em comunicado à comunidade acadêmica que “será obrigada a intensificar a implementação de medidas de austeridade”.
Em maio, a instituição de ensino sofreu um bloqueio orçamentário de R$ 15,5 milhões. Mesmo após a queda do valor contingenciado pelo Ministério da Educação (MEC), a UFPI permaneceu com quase R$ 7,7 milhões bloqueados.
No mês seguinte, o Ministério da Economia aplicou dois cortes definitivos, um de R$ 3,9 milhões no dia 09 de junho e outro de R$ 3,8 milhões no dia 23 de junho. Segundo a administração da UFPI, o valor corresponde a 7,2% de todo o orçamento para o pagamento das despesas de manutenção
“Os valores suprimidos no orçamento da UFPI representam, aproximadamente, um mês do custeio da instituição, tornando-se mais expressivo com a retomada das atividades presenciais, que demanda maior aporte de recursos para manter o pleno funcionamento”, afirma o comunicado.
Confira a nota na íntegra:
A Administração Superior da Universidade Federal do Piauí vem à comunidade acadêmica informar que a Instituição recebeu, nesse mês de junho, dois cortes definitivos em seu orçamento de quase R$ 7,7 milhões, o que corresponde a 7,2% do valor anual disponível para pagamento de despesas de manutenção da Universidade. Desde 2015, os chamados valores de custeio da UFPI têm sofrido sucessivas reduções, agravando-se com os cortes recentes no orçamento da Instituição de 2022.
Como foi amplamente divulgado pela imprensa e pela comunicação da UFPI, ocorreu inicialmente um bloqueio, ou seja, uma suspensão temporária no orçamento discricionário anual da Instituição para 2022. O bloqueio ocorreu em 27 de maio, no montante de mais de R$ 15,5 milhões, quase 14,5% do orçamento, tendo atingido na mesma proporção todas as IES federais. Depois, fruto da interlocução entre Ministério da Casa Civil e uma representação da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes), o bloqueio caiu de 14,5% para 7,2%, permanecendo bloqueados quase R$ 7,7 milhões.
No dia 9 de junho, do total bloqueado até essa data, foi aplicado um corte definitivo no orçamento de quase R$ 3,9 milhões, correspondente a 3,6%, conforme portaria do Ministério da Economia, permanecendo bloqueados mais de R$ 3,8 milhões. Um segundo corte, no mesmo percentual, ocorreu no dia 23 de junho, elevando a soma de valores reduzidos de forma definitiva em quase R$ 7,7 milhões (7,25%).
Os valores suprimidos no orçamento da UFPI representam, aproximadamente, 1 mês do custeio da Instituição, tornando-se mais expressivo com a retomada das atividades presenciais, que demanda maior aporte de recursos para manter o pleno funcionamento.
Com os cortes, a situação orçamentária da UFPI em 2022 é agravada. Como única saída possível para manter o funcionamento da Instituição, a Administração Superior será obrigada a intensificar a implementação de medidas de austeridade, para conduzir a situação de modo a superá-la positivamente em favor da comunidade universitária como um todo.
Em recente entrevista ao Cidadeverde.com, o reitor da UFPI, professor Gildásio Guedes, já relatava sua preocupação com a situação financeira da Universidade e a dificuldade para arcar com as despesas de custeio, dado os constantes bloqueios e cortes orçamentários.
“Nossa maior despesa é com energia, telefone e material de consumo, algo em torno de R$ 120 milhões, mas estamos com R$ 100 milhões. Como pretendemos voltar ao presencial, o correto era estarmos dentro do patamar de 2019, que foi o último ano presencial, senão vamos ter dificuldade para fechar o ano de 2022 por conta das despesas”, disse na ocasião.
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