O inquérito sobre a prisão do policial penal J.P. de O., em Picos, segue em andamento. A prisão do acusado aconteceu na última quarta-feira (11). De acordo com informações repassadas pelo delegado adjunto, que presta apoio à Delegacia da Mulher em Picos, delegado Francisco Carvalho, até o momento foram confirmados que quatro detentas sofriam algum tipo de abuso praticado pelo policial.

O acusado trabalhava anteriormente na penitenciária masculina, José de Deus Barros, e por desentendimento com a diretoria da penitenciária, o mesmo foi transferido para a unidade feminina, onde atuava desde 2018.

O delegado falou de que forma o policial torturava e abusava sexualmente das presas.

“A tortura se materializava tanto da forma psicológica, através de ameaças, quanto a tortura física através de castigos aplicados às presas, colocando de joelhos no cimento bruto da penitenciária por aproximadamente 30 minutos. Essa tortura foi flagrada pelas câmeras de sistema de monitoramento, e com base nas filmagens e nos depoimentos das detentas e vítimas, nós indiciamos por tortura, na modalidade tortura castigo”, disse.

O delegado complementa dizendo que o policial penal tinha acesso remoto através do celular às câmeras do sistema de vídeo monitoramento da penitenciária, desse modo ele retirava as vítimas da cela e as conduziam para locais que não possuíam câmeras para praticar os abusos sexuais.

“Esse modo ele retirava as vítimas das salas e a conduziam para locais que não tinham câmeras de TV, ao exemplo da sala da OAB, ou mesmo do alojamento dos policias penais, era lá que eram praticados os abusos sexuais”, disse.

Confira a entrevista completa com o delegado

Francisco Carvalho