Apesar da declaração de Moro, que levantou rumores de que ele poderia voltar à disputa, o União Brasil definiu, na semana passada, que o pré-candidato da sigla será Bivar. Isso levou o presidente do partido a dar explicações para os insatisfeitos aliados do ex-ministro.
Bivar ressaltou que Moro tem “tirocínio” e “capacidade invulgar de avaliação” suficientes para avaliar os riscos e possibilidades que estavam envolvidos na troca de partido.
“Vocês acham que o Moro, com todo o seu tirocínio e capacidade invulgar de avaliação, com dotes intrínsecos de quem teve uma longa vida de magistrado com completo sucesso, deixaria-se ‘envolver’ para mudar de partido sem analisar profundamente todos os cenários, com seus riscos e possibilidades? Ao tomar sua decisão ele estava ciente de que em nenhum momento a legenda para a disputa presidencial lhe fora prometida”, escreveu Bivar.
O presidente do União Brasil esclareceu que Moro poderá ser candidato para qualquer outro mandato que desejar.
“O que foi conversado e prometido foi abertura para sua contribuição na construção de uma alternativa à polarização e, claro, a opção de candidatar-se em São Paulo para o cargo que quiser, onde certamente terá sucesso”, explicou.
Bivar ainda fez uma provocação. Questionou se os apoiadores preferiam ver Moro fora das eleições. Segundo ele, no Podemos, o ex-ministro estava sendo “boicotado” e foi entregue “à própria sorte”.
“Amigos e amigas, vocês gostariam de ver o Moro fora da política definitivamente? Era o que o Podemos estava fazendo de forma sorrateira, tirando dele toda a capacidade de prosseguir com sua candidatura sem nenhuma estrutura. Tudo o que lhe fora prometido foi logo depois das pesquisas decrescentes negado e boicotado e ele ficou à própria sorte”, argumentou Bivar.