Um total de 52 municípios do Piauí estão aptos a liberarem o uso de máscara em locais fechados, ou seja 23,2% dos 224 municípios, segundo dados do painel da Covid-19, da Secretaria de Estado de Saúde (Sesapi). Nesta terça-feira (12), o Comitê de Operações Emergenciais contra a Covid -19 (COE), do Governo do Piauí, liberou o uso de máscara em ambientes fechados nos municípios com percentual mínimo de 60% da população vacinada com a dose de reforço.
O professor Emídio Matos, conselheiro de Saúde do COE, afirmou que a decisão para a liberação foi tomada após ser analisado o cenário mundial e local em relação a doença.
“Mostramos cada território do Piauí, mostrando que em relação a casos e a óbitos, de fato nós estamos diminuindo de maneira continuada e sustentada, e isso acompanha a vacinação da população. A partir daí discutimos tornar facultativo o uso de máscara, a decisão foi de que um percentual acima de 60% é seguro. Os dados da literatura mostram que a população com dose de reforço, está mais protegida contra a infecção da variante Ômicron, contra adoecimento grave e o óbito, então estamos condicionando a 60%”, explicou.
O percentual também foi escolhido com base em um estudo realizada na cidade de Serrana, no estado de São Paulo, em maio de 2021, onde foi comprovada a eficiência da vacina na população, principalmente com a dose de reforço.
Foto: Arquivo/Cidadeverde.com 
Professror Emídio Matos
“Existem algumas experiências no Brasil, como em Serrana em São Paulo, onde fizeram um estudo de vacinação em massa com Coronavac e eles perceberam que quando atingiram 60%, com dose de reforço, não só a população da cidade, como do entorno ficou mais protegida. Então esse é o ideal”, afirmou o professor.
Emídio Matos explicou que o COE também vai preparar um plano de contingência, caso novos surtos da doença possam surgir.
“Propomos também na reunião um planejamento de contingência para que a gente esteja preparado para surtos eventuais, que possam aparecer pelo estado, de município a município, e que tenhamos um plano de contingência muito bem desenhado para isso, considerando a covid longa, as sequelas dela e considerando a saúde mental da população”, destacou.
Municípios que estão aptos a liberarem a máscara em locais fechados:
  1. Colônia do Piauí – 101,47%
  2. Campo Grande do Piauí – 88,38%
  3. Canavieira- 87,99%
  4. Lagoa do Barro do Piauí – 84,58%
  5. São Raimundo Nonato – 81,11%
  6. Buriti dos Lopes – 78,56%
  7. Jatobá do Piauí – 78,18%
  8. Dom Inocêncio – 74,57%
  9. São João da Varjota- 74,34%
  10. Tanque do Piauí – 70,66%
  11. Aroeiras do Itaim – 70,42%
  12. Olho D’Água do Piauí – 69,52%
  13. Nova Santa Rita – 68,86%
  14. João Costa -68,84%
  15. Capitão Gervásio Oliveira -68,87%
  16. Jacobina do Piauí -68,37%
  17. Monsenhor Hipólito -67,55%
  18. Jurema -67,36%
  19. Júlio Borges -66,95%
  20. Beneditinos – 66,87%
  21. Pajeú do Piauí -65,84%
  22. Francisco Ayres- 65,39%
  23. Santa Cruz do Piauí- 65,08%
  24. São Félix do Piauí- 64,91%
  25. São Braz do Piauí- 64,73%
  26. Pio IX- 64,47%
  27. Barra D’Alcântara- 64,43%
  28. Amarante- 64,14%
  29. Socorro do Piauí- 63,97%
  30. Cajazeiras do Piauí- 63,96%
  31. Nossa Senhora de Nazaré- 63,14%
  32. Flores do Piauí -62,73%
  33. Oeiras- 62,7%
  34. Fartura do Piauí- 62,65%
  35. Palmeirais- 62,43%
  36. Patos do Piauí- 62,08%
  37. Jardim Mulato- 61,57%
  38. Angical do Piauí- 61,51%
  39. Campinas do Piauí- 61,45%
  40. Elesbão Veloso- 61,37%
  41. São Luís do Piauí- 61,29%
  42. Nossa Senhora dos Remédios- 61,13%
  43. Rio Grande do Piauí – 61,11%
  44. Agricolândia- 60,96%
  45. Cabeceiras do Piauí- 60,72%
  46. Hugo Napoleão- 60,69%
  47. Sussuapara- 60,37%
  48. Campo Alegre do Fidalgo- 60,35%
  49. Ipiranga do Piauí- 60,32%
  50. Jerumenha- 60,26%
  51. Manoel Emídio- 60,15%
  52. Santo Antônio de Lisboa- 60,08%

 

Cidades que já liberaram 

De acordo com a análise realizada pelo grupo pesquisa da Universidade Federal do Piauí, o estado tem 11 cidades que já liberaram o uso de máscara em locais fechados, mas apenas duas atingiram esse percentual mínimo de 60%.

Os municípios de São Raimundo Nonato, com 81,11%, e Oeiras, com 62,7%, são as únicas cidades que já liberaram e que atingiram o percentual estabelecido pelo COE.

Outras 9 cidades, entre elas Teresina, que está com 49,95%, não atingiram o percentual, mas já liberaram. Isso porque, os municípios possuem autonomia para disciplinar sobre as medidas sanitárias.

O professor Emídio Matos afirmou que manter esse percentual estabelecido é importante para evitar que novos surtos da doença apareçam.

“Ainda tem vírus circulando, mas se uma pessoa não estiver com o ciclo completo de vacinação, pode se infectar gravemente e transmitir para outras pessoas. A gente aprendeu que depois de 4 a 5 meses, a proteção da vacina reduz bastante, então o risco é não conseguir eliminar e quebrar o ciclo de transmissão do vírus. Que é o que a gente enxerga para o mundo, porque tem países da África por exemplo, como o Haiti, que na última vez que eu olhei, tinha vacinado menos de 1% da população. Ou vacina de maneira homogênea, ou não vai quebrar o ciclo de transmissão, e vamos ter surtos aparecendo em determinadas regiões e locais”, destacou.

Municípios que liberaram x taxa da dose de reforço:

  1. São Raimundo Nonato – 81,11%
  2. Oeiras – 62,7%
  3. Uruçuí – 57,76%
  4. Campo Maior – 55,32%
  5. Picos – 54,65%
  6. Bom Jesus – 54,41%
  7. Piripiri – 54,04
  8. Floriano – 53,54%
  9. Teresina – 49,95%
  10. Parnaíba – 40,27%
  11. Valença – 34,86%
Cidades longe do percentual
De acordo com dados do painel Covid-19, alguns municípios estão longe de atingirem os 60%, como é o caso de Curral Novo do Piauí, onde aparece em último lugar, com 22,86% da população com a dose de reforço da vacina.
Para Emídio Matos, é importante nesse momento que os gestores atuem de forma efetiva, para facilitar o acesso da população a vacinação.
“Algumas cidades apresentam dificuldades tanto de vacinação em si, quanto de registro dessas vacinações. Como dificuldade de equipamentos, acesso à internet, de profissionais capacitados, então é um cenário complexo. O que estamos propondo é que os gestores façam um esforço, para melhorar as condições de acesso da população, pois não adianta ter vacina disponível, se a população não tem acesso”, afirmou.
Bárbara Rodrigues
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