Teve início nesta quarta-feira (16) o julgamento do irmão e da mãe da advogada Izadora Santos Mourão, que foi morta com sete facadas em fevereiro do ano passado, no município de Pedro II, distante 206 km de Teresina. O jornalista João Paulo Santos Mourão e a mãe Maria Nerci dos Santos Mourão são acusados pelo crime que chocou o município.

O julgamento deveria ter ocorrido no dia 22 de fevereiro, mas foi adiado para hoje e será realizado pelo Tribunal do Júri, na 2ª Vara da Comarca de Pedro II.

O Ministério Público defende a tese de que o crime foi cometido por João Paulo e Maria Nerci, e que a motivação estaria relacionada a uma herança de cerca de R$ 4 milhões, deixada pelo pai da advogada.

“Desde o primeiro momento, o Ministério Público trabalha com as provas que foram produzidas pela perícia e pela  Polícia Civil do Piaui. O Ministério Público trabalha com a participação da dona Maria Nerci e do João Paulo, em razão de uma divisão de bens, de uma herança”, destacou o promotor de Justiça, Márcio Carcará.

Durante o julgamento, devem ser ouvidos o delegado que investigou o caso, agentes, e outras pessoas que tiveram contato com Izadora. Uma perícia que demonstrará a dinâmica do crime também será apresentada pela acusação.

A defesa constesta a versão defendida pelo Ministério Público e defende a tese de que o crime foi cometido apenas por Maria Nerci, mão de Izadora Mourão.

A advogada Izadora Mourão foi encontrada morta, com ferimentos de faca, dentro do próprio quarto em uma residência localizada no município de Pedro II, no dia 13 de fevereiro de 2021. A história inicial divulgada foi que uma mulher que visitou a vítima, teria sido a autora do crime.

Segundo denúncia do Ministério Público, a investigação realizada pela polícia civil apontou que na verdade o crime teria sido realizado pelo jornalista e irmão da vítima João Paulo Mourão, que após o crime teve a ajuda da mãe para acobertar o que aconteceu. Todos moravam na mesma casa.

Ambos apareceram no velório da vítima, mas no dia 15 de fevereiro daquele ano, João Paulo foi preso. Em junho de 2021, Maria Nerci chegou a assumir sozinha o assassinato da filha, mas a Polícia Civil negou essa possibilidade e afirmou que a perícia atestou que no dia do crime, João Paulo executou e a mãe assistiu ao assassinato.

A perícia convenceu a polícia de que a posição dos golpes de faca feitos em Izadora favorece o lançamento de sangue encontrado no vestido da mãe dela, Maria Nerci.

O crime teria ocorrido porque existia um conflito familiar intenso entre as partes em razão da possível tentativa de exclusão de Izadora da partilha dos bens componentes do espólio deixado pelo falecido pai da vítima.

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