O ex-ministro da Justiça e pré-candidato à presidência, Sergio Moro (Podemos), fez críticas a lideranças políticas do estado do Piauí, como o governador Wellington Dias (PT) e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas). Em entrevista exclusiva à TV Cidade Verde, Moro citou a ausência de obras estruturantes no estado, o que, para ele, acaba prejudicando o desenvolvimento regional.
“Em relação ao Piauí, a gente tem aqui o governo do PT há muito tempo e não resolve os problemas. A gente tem político do Piauí ao lado de Bolsonaro, no centro do poder, mas não resolve o problema do estado. A gente vai ter que olhar aqui as especificidades do estado. Eu ouço muito que o estado tem um grande potencial agropecuário, mas a infraestrutura é muito ruim. Falta porto para exportar a produção do agronegócio, as estradas são muito ruins”, disse o ex-ministro.
Sérgio Moro, que desembarcou em Teresina na noite de ontem, participa de encontros nesta quinta-feira (10) com lideranças políticas, empresários e apoiadores na capital. A visita ao Piauí faz parte de uma agenda focada na região Nordeste. Essa semana ele também esteve no Ceará e em Pernambuco.
“Não tenho um projeto de país que vai ser construído entre quatro paredes, em Brasília. A gente tem que botar o pé na estrada, conversar e ouvir as pessoas”, destacou.
Durante a entrevista à TV Cidade Verde, Moro, que aparece em terceiro lugar na maior parte das pesquisas eleitorais, também fez duras críticas aos seus dois principais adversários, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT).
O ex-ministro voltou a afirmar que pretende ser uma alternativa para quebrar a polarização e disse que o foco da sua campanha será a retomada do crescimento econômico e do emprego.
“Nós precisamos retomar o crescimento econômico, mas alinhando responsabilidade social com responsabilidade fiscal. Não adianta dizer, como fala o Lula, que vai cair picanha do céu ou jorrar cerveja na torneira. Isso não vai acontecer. Na verdade, o Lula quer um cheque em branco para gastar. Isso não vai fazer o Brasil crescer. […] A gente tem que ter uma política responsável para diminuir a inflação. É a única forma da gente voltar a reduzir os juros e a gente voltar a investir”, disse Moro, ao afirmar que pretende criar uma frente pela recuperação da economia, formada pelo setor público com apoio da iniciativa privada.
Filiação
Em Teresina, nesta quinta-feira, Moro vai participar da filiação do empresário João Vicente Claudino ao Podemos. Apesar de ser hoje o principal nome da sigla à nível nacional, o ex-ministro afirma que não pretende interferir nas decisões tomadas pelo diretório local a respeito de alianças e candidaturas.
“A gente vai filiar o João Vicente, que é um grande quadro, uma grande figura do estado do Piauí. Nós temos também outras pessoas, como o Fabio Sérvio. Então, temos grandes quadros para oferecer à população do Piauí, mas isso vai ser decido localmente. Tem que ser uma decisão do pessoal do Piauí”, assegurou.