A nova pílula contra a covid-19 da Pfizer, Paxlovid, foi eficaz contra a variante Ômicron do coronavírus em testes de laboratório, um sinal inicial encorajador de que o medicamento poderá ser importante enquanto a cepa se espalha. Em comunicado, a empresa anunciou nesta semana que o principal componente do medicamento, o nirmatrelvir, funcionou em três estudos laboratoriais separados. Os resultados, porém, ainda não foram publicados em revista científica nem revisados pelos pares.

O medicamento reduziu o risco de hospitalização ou morte em quase 90% em comparação com placebo para pacientes de alto risco quando tratados dentro de cinco dias do início dos sintomas, disse Mikael Dolsten, Diretor Científico da Pfizer. Os dados sugerem que a terapia oral “pode ser uma ferramenta importante e eficaz em nossa batalha contínua contra esse vírus devastador e as variantes atuais de preocupação, incluindo a Ômicron altamente transmissível. Continuaremos monitorando a atividade do tratamento em ambientes do mundo real e acreditamos que essas descobertas in vitro continuarão sendo validadas”, afirmou Dolsten.

No primeiro dos estudos em laboratório, o nirmatrelvir foi testado contra a Mpro – uma enzima que o coronavírus precisa replicar – em várias variantes de preocupação, incluindo a Ômicron, em um ensaio bioquímico. “Os resultados mostraram em todos os casos que o nirmatrelvir foi um potente inibidor do seu alvo”, afirma o comunicado.
O Paxlovid está atualmente autorizado para uso condicional ou emergencial em vários países do mundo, e a Pfizer submeteu pedidos de aprovação ou autorização regulatória a várias agências sanitárias e antecipa outras decisões regulatórias a seguir, diz o comunicado.

Em 22 de dezembro, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana equivalente à Anvisa, autorizou o uso emergencial da pílula da Pfizer contra covid-19. A recomendação de administração do Paxlovid é para pacientes adultos e pediátricos (maiores de 12 anos com ao menos 40kg) com covid que tenham alto risco de desenvolver quadros graves da doença.

No Brasil, ainda não há pedido registrado. A empresa lembra que continua a investir para apoiar a fabricação e distribuição do medicamento, incluindo a exploração de opções de fabricação por contrato, e elevou suas projeções de produção de 80 milhões para 120 milhões de cursos de tratamento até o final de 2022.

Estadão Conteúdo