O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o seu filho, o senador Flavio Bolsonaro, se filiam ao Partido Liberal nesta terça (30), em solenidade que ocorrerá em Brasília. O ato é o primeiro passo do presidente rumo a sua reeleição, já que a legislação eleitoral obriga o candidato a qualquer cargo eletivo estar filiado a um partido. Cercada de intrigas e resistências nos estados, a chegada de Bolsonaro ao PL cai como uma bomba sobre o partido no Piauí, aliado de primeira hora de Wellington Dias, a legenda deve sofrer uma debandada e parlamentares já buscam outras siglas para continuar ao lado do governo do estado. A possibilidade do PL de Bolsonaro, ao lado da candidatura de Rafael Fonteles, e do PT é praticamente inviável.

Questionado sobre a situação o presidente do PL foi ríspido com os jornalistas durante evento na última segunda, evitando tocar no tema, Fábio Xavier bradou aos profissionais de imprensa, “deixem o PL de mão”. Já o governador Wellington Dias avaliou o cenário e destacou que espera uma solução do próprio núcleo liberal. “Acertamos com o Fábio Xavier, ele colocou que toda a orientação é no sentido de primeiro aguardar o que irá acontecer, a partir daí ele tratará com a direção do nacional. Aqui é pelo diálogo, queremos o melhor resultado para o time e para cada partido, vamos com muita maturidade tratar juntos das decisões. Levando em conta por um lado a estratégia do PL, que é um importante aliado, e do outro lado a estratégia do time, há boa compreensão boa condição de entendimento”, afirmou Wellington.

A filiação de Bolsonaro ao PL abre caminho para que o partido construa uma ampla aliança com o centrão em busca da reeleição do presidente. Além do PL, os partidos Progressistas, Republicanos e Patriotas já sinalizaram interesse em uma composição com Bolsonaro.

 

Foto: Carolina Antunes/PR

 

Não queremos quem ataca a democracia

Um dos principais líderes da esquerda no Piauí, e homem forte da gestão de Wellington Dias, o secretário de governo Osmar Júnior deixou transparecer nas entrelinhas que não aprova uma aliança com o partido de Bolsonaro. Para ele a coligação governista deve buscar aliança com quem realmente defenda a democracia. “O PL vai ter que tratar o seu rumo, temos claro que há no Brasil uma divisão muito grande entre aqueles que acreditam na democracia, na liberdade, com empatia ao sofrimento dos outros, e aqueles que não que querem destruir um ambiente democrático duramente construído ao longo dos últimos anos, nós queremos no nosso palanque quem defenda a democracia, quem defenda o respeito, sobretudo um palanque que represente um espírito de construção de um país democrático e livre”, concluiu Osmar Júnior.