O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse que “sonha” que o Piauí possa acabar com a obrigatoriedade do uso de máscara até o Natal deste ano. Para o doutor em biomedicina e coordenador do núcleo de estudos em saúde pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI), professor Emídio Matos, a previsão é ainda precipitada.
“Qual minha perspectiva, meu sonho: é que a gente tenha um Natal sem máscara. Essa decisão pode acontecer tão logo o Comitê Científico [do Consórcio Nordeste] nos dê o sinal verde”, disse o governador.
Wellington explicou, contudo, que a decisão sobre o fim do uso de máscara deve ser tomada com base em estudos do Comitê Científico de Combate ao Coronavírus, órgão do Consórcio Nordeste.
Segundo o governador, o comitê defende que é possível fazer flexibilizações nas medidas restritivas caso o estado consiga alcançar 80% da população vacinada com primeira dose, dois terços (66%) com duas doses e os idosos e profissionais de saúde com a dose de reforço.
“No Nordeste brasileiro, a gente espera seguir a ciência. Então, o comitê científico vai estabelecer como a gente vai lidar com a decretação do fim da fase de pandemia, […] e as regiões onde tem casos ainda de infecção, vamos ter que trabalhar uma estratégia para essa situação”, disse.
Precipitado
O pesquisador Emídio Matos, doutor em biomedicina e coordenador do núcleo de estudos em saúde pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI), avalia a previsão como precipitada e comenta alguns aspectos que podem comprometer essa flexibilização.
“A gente ainda tem muito vírus circulando pelo estado. A taxa de positividade, pelo exame RT-PCR, está em 23%. O CDC norte-americano considera que esse indicador precisa estar abaixo de 5% para se considerar a pandemia sob controle”, comentou o pesquisador.
Emídio destacou ainda o fato de que o efeito imunizante das vacinas contra Covid-19 cai com o passar do tempo, e novas doses devem ser administradas.
“As vacinas vão perdendo a sua eficácia. No Natal, quantas mil pessoas que já estarão há mais de 6 meses com a 2ª dose? Então é precipitado pensar nisso e falar nisso nesse momento”, disse.
G1 PI