O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na tarde desta segunda-feira (11) que pesquisas de medicamentos para tratamento da Covid-19 têm evoluído e eles podem ser uma opção para o Sistema Único de Saúde (SUS).
O ministro foi questionado sobre a possibilidade de o coquetel de drogas experimentais em estudo pela AstraZeneca ser incorporado ao sistema público para tratamento da doença. A farmacêutica britânica anunciou que o coquetel demonstrou ser eficaz para diminuir casos graves e mortes de pacientes que não tenham sido hospitalizados, mas o estudo ainda não foi revisado por cientistas independentes.
“As pesquisas têm evoluído. Anticorpos monoclonais são uma opção. Já há, inclusive, o RegenCov, que é o conjunto de dois anticorpos monoclonais”, afirmou Queiroga ao deixar o ministério nesta tarde. Os anticorpos monoclonais são aqueles desenvolvidos em laboratório para atingir uma região específica do vírus e neutralizá-lo.
Queiroga disse ainda que o governo sempre foi a favor de um tratamento que começasse na fase inicial da doença, mas não citou o fato de o presidente Jair Bolsonaro defender, desde o princípio da pandemia, medicamentos que não têm eficácia comprovada contra a doença.
O ministro afirmou que o RegenCov, um dos coquetéis em estudo no mundo e que já obteve aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial, já teve revisão dos pares publicada em revista científica e demonstrou ter real eficácia.
“Saiu recentemente, numa publicação no New English Journal of Medicine, [texto] mostrando que essa medicação, quando usada por indivíduos que têm comorbidades, reduz em pouco mais de 70% o desfecho com morte e internação. E essa pesquisa é de boa qualidade”, disse o ministro.