Whindersson Nunes aproveitou o Dia da Independência do Brasil, celebrado no dia 7 de Setembro, para relembrar a Batalha do Jenipapo, o único confronto armado do Brasil para o país deixar de ser uma colônia portuguesa.
O humorista piauiense postou nas redes sociais sobre a batalha, que aconteceu no dia 13 de março de 1823, às margens do rio Jenipapo, em Campo Maior, 78 km ao Norte de Teresina.
Whindersson aproveitou a postagem para criticar a pouca importância que se dá à história. “Eu sei que você não sabe, eles acham mais importante te ensinar sobre o tratado de Tordesilhas ou qualquer coisa europeia do que a Batalha do Jenipapo, em 1823, no Piauí”, escreveu.
“Quase que vocês tinham uma colônia de Portugal aqui no lugar do nordeste, mas o nosso povo literalmente entrou na frente e não deixou, sem armas, sem saber nada de guerra, a pau e pedra! Homens, mulheres e crianças, deram a vida pra hoje eu poder dizer que SOU BRASILEIRO!”, completou Whindersson.
O humorista ressaltou a violência do massacre. “Atiraram tanto, mataram tanto, que desistiram, pelo cansaço, pelo calor da minha terra. As tropas portuguesas se retiraram. Só ficou morte e túmulo, por que o Brasil não celebra isso?”, questionou.
“Por que você está aprendendo errado. Nós aprendemos errado, desde sempre. Eu vou pra rua hoje comemorar o que??? Ninguém liga pra minha comemoração”, desabafou.
O piauiense aproveitou a postagem para dizer que está trabalhando em um projeto sobre a Batalha do Jenipapo. “Vou fazer valer a pena, vou dar um significado a cada um desses túmulos, estou escrevendo a melhor obra que já fiz nada vida, vou gastar todo meu dinheiro nisso, nem que seja a última coisa que eu realize”, declarou.
E fez uma promessa: “no dia 13 de março do ano que vem eu venho chorar de novo pela minha galera, e pensar mais uma vez como há 6 anos eu venho fazendo em como fazer para dar a essas pessoas que se foram por você, um lugar ao sol, não o sol astro, o sol de glória. Hoje eu fico em casa”.
Conheça a história da batalha
Em seu livro 1822, jornalista Laurentino Lopes relata a Batalha do Jenipapo como o mais trágico confronto na guerra da independência, uma carnificina que resultou na morte de 200 brasileiros e aprisionamento de 500. O exército português teve 16 baixas.
Segundo o pesquisador, na época do confronto, a então vila de Campo Maior estava em mãos de rebeldes brasileiros, que ficaram sabendo que o exército português estava em viagem pelo estado, tentando dissipar o movimento pela independência em cidades piauienses.
Cerca de 2 mil pessoas, algumas sem qualquer treinamento militar, armadas com foices, machados, facões, espingardas de caça e dois canhões velhos e enferrujados enfrentaram o exército português composto por 1.100 homens.
“Os brasileiros caminharam até as margens do rio Jenipapo. Como o leito do rio estava seco devido à prolongada estiagem, usaram as touceiras de capim como trincheiras improvisadas”, contou Laurentino Lopes.
O major responsável pela tropa portuguesa dividiu os soldados em dois grupos que avançaram por estradas paralelas até os brasileiros. A cavalaria atacou primeiro, pela esquerda, enquanto a artilharia e a infantaria aguardavam sinal para avançar.
“Ao ouvir os primeiros tiros, os inexperientes brasileiros acreditaram que toda a tropa portuguesa estava concentrada no flanco esquerdo. Foi um erro fatal. Em tropel desordenado, abandonaram a linha de defesa para se concentrar só naquele ponto”, relatou Laurentino Lopes.
Com isso, o major português cruzou o rio, montou a artilharia e quando os brasileiros perceberam já estavam cercados pela cavalaria e por 11 canhões. “Começaram a despejar sobre eles uma chuva de fogo. Quando a fuzilaria terminou, o chão estava coalhado de cadáveres”, disse o jornalista.
Apesar da vitória, os portugueses tiveram bagagens, reservas de água, comida, roupas, armas e munição roubadas por sertanejos. Ao fim da batalha, castigados pelo sol, os portugueses “estavam em estado tão deplorável que o major achou prudente não perseguir os brasileiros que fugiram”.
Os soldados se recolheram em uma fazenda próxima a Campo Maior, onde ficaram por três dias. Laurentino Lopes afirmou em seu livro que o major percebeu então que seria inútil resistir à onda revolucionária.
“A tragédia do Jenipapo demonstrava a determinação dos brasileiros em lutar pela independência, mesmo que de forma desorganizada e à custa da própria vida”, declarou o jornalista.
Desta forma, o exército português decidiu deixar o Piauí, rumo ao Maranhão, onde ainda havia controle português. Algum tempo depois, piauienses também fizeram parte do exército que sitiou os portugueses até a rendição.
Construção de dois teatros no Piauí
Whindersson anunciou em junho de 2020 a construção de dois teatros no Piauí: ‘um dos meus sonhos sendo realizado’. Segundo ele, comediantes iniciantes poderão se apresentar de graça pela primeira vez.
Os teatros serão construídos em sua cidade natal, Bom Jesus, com 100 lugares, e em Teresina, com 700 lugares. O youtuber revelou os nomes dos espaços, que serão homenagens a grandes comediantes, Dirceu Andrade e Tirulipa.
Em outra contribuição para o Piauí, Whindersson doou equipamentos concentradores de oxigênio para o tratamento de pacientes com Covid-19 a hospitais públicos localizados no interior do estado.
G1 PI