A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) vai investigar a troca de bebês no necrotério da Maternidade Dona Evangelina Rosa em Teresina, ocorrida no dia 14 de agosto. Uma das famílias registrou boletim de ocorrência na delegacia de São Miguel do Tapuio, Norte do estado, na última terça-feira(24), mas como o caso aconteceu na capital, as investigações foram transferidas para a DPCA.

A criança nasceu no dia 10 de agosto com uma má-formação congênita de parto cesariano. O estado de saúde dela era grave e morreu quatro dias depois. Na noite anterior, outro bebê também foi a óbito e ambos foram levados ao necrotério da maternidade.

De acordo com a assessoria da instituição, a confusão, que supostamente gerou a troca dos corpos, foi por causa da identificação dos bebês, através das iniciais dos nomes das mães: uma era M.R.S.L e a outra era A.R.S.

“As duas pacientes tinham em comum os nomes, praticamente homônimos e os bebês são identificados pelo nome da mãe. A primeira recebeu o corpo. Após esse fato, a segunda paciente, ao receber o bebê denunciou que o corpo filho teria sido trocado” destaca nota da maternidade.

A mãe que percebeu a troca não quis levar o outro corpo e foi quem denunciou à polícia o fato. Ela disse que seu filho morreu e que o corpo foi entregue a outra família.

O boletim de ocorrência foi feito na cidade natal da família, em São Miguel do Tapuio, mas encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança em Teresina.

A maternidade reconheceu o equívoco e repassou o casa para assessoria jurídica. Uma sindicância foi aberta para apurar se houve responsabilidade do funcionário do necrotério e assim tomar as providências cabíveis.

O advogado da família da adolescente, Maderson Dantas, afirma que antes de tudo, a mãe quer o direito de sepultar o corpo do filho.

“É preciso que saibamos exatamente o que houve. E onde foi parar o corpo. Pra quem foi entregue. Quem entregou. Quem recebeu. São pontos que a maternidade ainda não esclareceu”, destacou o advogado.

Ao G1, a maternidade informou ainda que entrou em contato com a outra mãe e aguarda o seu comparecimento à instituição para informá-la tudo que aconteceu. Até o momento, a mãe não sabe que enterrou um bebê que não era seu.

A família da mãe, que aguarda o corpo do filho, teve uma reunião com o diretor clínico da maternidade que prometeu contornar a situação o mais rápido possível. Enquanto isso, o corpo do outro bebê continua no necrotério da instituição.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Sobre o caso de uma possível troca de fetos, o bebê da paciente de iniciais A.R.S, veio a óbito no dia 13/08/2021 e o de uma outra paciente M.R.S.L, nasceu do dia 10/08/21 com má formação, vindo a óbito no dia 14/08/2021. Os dois fetos foram levados ao necrotério da Maternidade Dona Evangelina Rosa/MDER. As duas pacientes tinham em comum os nomes, praticamente homônimos e os bebês são identificados pelo nome da mãe. A primeira recebeu o corpo. Após esse fato, a segunda paciente, ao receber o bebê denunciou que o corpo filho teria sido trocado.

Cumprindo com seu papel de lisura e transparência, a Maternidade recebeu a denúncia e encaminhou imediatamente ao setor jurídico para as devidas providências do caso.

Uma sindicância deverá ser aberta para apurar se houve responsabilidade no colaborador do necrotério, no ato de entrega do primeiro feto, pela semelhança entre os nomes. Caso seja comprovada a irregularidade, a MDER assegura que serão tomadas todas sanções previstas nestes casos.

G1 PI