Após o Ministério Público do Rio de Janeiro pedir a prisão preventiva, a ex-deputada federal Flordelis foi presa na noite desta sexta-feira (13). Acusada de ser a mandante do assassinato do marido, Anderson do Carmo, Flordelis perdeu o mandato na quarta-feira (11), quando a Câmara aprovou a cassação da ex-deputada por 437 votos a favor e 7 contrários.
Eram necessários pelo menos 257 votos favoráveis para a cassação ser aprovada. Flordelis está, portanto, inelegível por oito anos a partir do fim desta legislatura, em 31 de janeiro de 2023.
“Com a perda do mandato de parlamentar, a situação jurídica da ré deve ser revista, para sanar a desproporcionalidade que havia entre as medidas cautelares impostas e os fatos imputados e as condutas que a ré praticou para interferir na instrução e se furtar no momento da aplicação da lei penal”, diz o Ministério Público no pedido de prisão.
Antes de ser presa, Flordelis fez uma live nesta sexta pedindo uma corrente de orações. “É um momento de clamor. É um momento de oração”, disse ela, acrescentando ser inocente.
“Tenham convicção de que eu não cometi crime algum. Eu sou inocente. Aconteça o que acontecer, ainda que me levem para prisão, lá eu serei adoradora. Eu irei adorar o nome do senhor Jesus”, afirmou a ex-deputada.
Em abril, Flordelis disse à Folha de S. Paulo não acreditar em sua cassação e que não desistiria da política.
“Quem me colocou na política foi Deus, e eu não vou desistir por que hoje eu tô passando por um período difícil”, disse.
No dia da votação de sua cassação, Flordelis afirmou no plenário da Câmara que que sua inocência seria provada e voltou a dizer que sua família estava sendo injustiçada “por tudo o que está acontecendo”. “Teve filhos meus que erraram, mas não foram todos”, disse. “Eu não posso e não devo pagar pelos erros de ninguém”, afirmou.
“Quando o Tribunal do Júri me absolver, porque eu seria absolvida, vocês irão colocar a cabeça no travesseiro e vão se arrepender por terem condenado alguém que ainda não foi julgada. Eu não fui julgada! Vocês estão tentando cassar uma pessoa que ainda não foi julgada”, discursou.
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado depois de chegar em casa com Flordelis, em Niterói, na região metropolitana do Rio, em junho de 2019. Ele foi alvo de vários tiros na garagem da residência.
Na ocasião, Flordelis afirmou que o marido tinha sido morto durante um assalto e alegou que o casal estava sendo perseguido por homens em uma moto quando voltavam para casa.
Em agosto de 2019, um dos 55 filhos da pastora disse à Polícia Civil que acredita que a mãe tenha sido a “mentora intelectual” do assassinato do marido, o que ela nega.
A ex-deputada foi indiciada pela polícia e denunciada sob acusação de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. Para a polícia, a motivação do crime foi a insatisfação com a maneira que o pastor Anderson administrava a vida financeira da família da ex-deputada.
Folhapress