A Secretaria Municipal de Saúde de Miguel Alves confirmou um surto com 11 casos de malária na Zona Rural do município, localizado a 110 km de Teresina, nesta terça-feira (3). Os casos foram registrados em seis localidades vizinhas: Titara, Jerusalém, Lagoinha, Capim, Pé do Morro e Tabuleiro.
De acordo com a secretária municipal de saúde da cidade, Leopoldina Alves, o primeiro caso ocorreu em maio deste ano. E até o dia 6 de julho, Miguel Alves tinha três casos confirmados de malária.
“O primeiro caso foi um homem que veio do Pará. Em Miguel Alves, ele foi ao hospital com dores abdominais. O médico suspeitou de que pudesse ser calazar e solicitou uma ultrassom, então observou um crescimento do baço e optou por encaminhar o paciente ao Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela, em Teresina. Dias depois, foi diagnosticada a malária”, relatou Leopoldina.
Ações integradas com o governo federal e estadual
Com o aumento de casos, a Secretaria de Saúde do município, o Ministério da Saúde e o Governo do estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), iniciaram o monitoramento das comunidades, realizando uma busca ativa.
Até o momento, mais de 70 testes foram realizados em moradores da região. Armadilhas para capturar mosquitos transmissores também foram montadas.
“Ocorre uma ação integrada, estamos trabalhando juntos. Com o Governo do Estado foi possível qualificar equipes médicas, ter acesso a testes rápidos e medicação. Junto ao Ministério Público, elaboramos o plano de ações que deveriam ser desenvolvidas. Estamos orientando as comunidades sobre os casos que estão surgindo e fazemos testes até mesmo nas pessoas assintomáticas”, informou.
Ainda conforme a secretária Leopoldina, inseticidas devem chegar ao Piauí nos próximos dias, com o intuito de construir um bloqueio costal nas comunidades. Segundo ela, municípios vizinhos a Miguel Alves também devem intensificar os cuidados de combate à doença.
“Não somos regiões epidêmicas para malária e já temos 11 casos, o que não é esperado. Barras, Porto, José de Freitas, Lagoa Alegre, União e Duque Bacelar (MA) têm a vegetação parecida e precisam ficar alerta por ficar muito próximo à Miguel Alves”, disse.
Segundo a Sesapi, os últimos casos de malária no município foram diagnosticados em 2012.
“Orientamos que as pessoas usem mosqueteiro e repelente, principalmente aquelas que residem onde há casos confirmados e em horários onde há mais riscos do mosquito estar circulando, por exemplo, cedo da manhã. Qualquer sintoma, [a pessoa deve] se dirigir à Unidade Básica de Saúde mais próxima ou ao Hospital Pedro Vasconcelos”, completou a secretária Leopoldina.
Malária
Malária é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada pelo microrganismo Plasmodium. A malária não é uma doença contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa.
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta, dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e alucinações. Nos casos mais graves, a pessoa infectada desenvolve a malária cerebral, que pode levar à morte.
O tratamento da malária é feito com medicamentos antimaláricos que são gratuitos e fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
G1 PI