O Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI) expediu recomendação para que seja imediatamente suspensa a transferência dos animais do Zoobotânico até que haja análises e perícias técnicas por profissionais qualificados, como médicos veterinários, zootecnistas e biólogos. Na semana passada, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar), órgãos estadual responsável pelo parque, anunciou que os recintos serão esvaziados e os bichos levados a santuários ecológicos e habitats naturais em outros lugares no Brasil onde possam viver livremente.
Na recomendação, o MP considera que os animais que estão no Parque Zoobotânico, em sua grande maioria, estão em idade avançada e necessitam de cuidados, principalmente em relação à possível sedação para fins de transporte. Aos animais de idade avançada, é necessário que haja adaptação, avaliação antes de sua transferência, condição física, peso, condição do jejum pré transporte, bem como a avaliação técnica de novo local para readaptação.
“A eventual sedação para transporte dos animais em idade avançada pode gerar uma grande carga de estresse e agravar problemas de saúde. A maioria dos animais do parque são resgatados, vítimas de maus-tratos, frutos de operações policiais, sendo estes totalmente dependentes de seus tratadores, não possuindo condições de independência fora do parque. A realização de estudos prévios é indispensável”, pontua a promotora de Justiça Gianny Vieira de Carvalho, que é autora da ação.
Entre os animais que podem ser transferidos estão macacos e felinos de grande porte, como uma leoa e uma onça pintada.
Nesta terça-feira (20) houve uma reunião com o corpo técnico da Semar para debater a minuta da normativa para a criação de um protocolo e transferência escalonada dos animais exóticos.
Sobre a recomendação do MP, a assessoria da Semar informou que “a Semar não está transferindo nem retirando animais do parque Zoobotânico. O que está sendo proposto é a discussão da criação de um protocolo para que a transferência dos animais, que estejam aptos a possibilidade de viver em santuários, seja feita de forma segura, priorizando o completo bem estar. Além disso, a Semar oficiou diversas instituições para debate público, dentre elas, o MPPI”, informou a nota.
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