Após um período de estabilidade identificado em semanas anteriores, o levantamento do Hospital Regional Justino Luz, em Picos, mostra um aumento nas internações de pacientes acometidos por infecção do novo coronavírus, causador da covid-19. A afirmação é do diretor técnico da unidade de saúde, o médico Tércio Luz Barbosa.
Em entrevista ao Grande Jornal – transmitido pelas rádios Grande FM e Difusora de Picos – dr. Tércio falou da atual situação do Regional.
“Nós tivemos na semana passada o melhor momento da segunda onda, nós tivemos apenas 22 pacientes na enfermaria e 09 na UTI. Isso ficou em uma situação estável por duas semanas, o que foi de grande comemoração pela gente, pelas famílias que veem seus doentes internados, mas a gente vem sentindo no fim de semana que houve um pouco de aumento de 100% na quantidade de casos tanto na enfermaria, quanto na UTI, então nós não podemos baixar a guarda, porque é uma doença que nas aglomerações, ela cresce”, avaliou.
Segundo o médico, mesmo com a vacinação em andamento, os cuidados ainda são essenciais para evitar o aumento no número de infecções. “A situação é de estabilidade no momento, mas isso não quer dizer que não devemos manter os mesmos cuidados até que a vacinação atinja o nível ideal que queremos no nosso país”.
Tércio Luz falou ainda que após as datas comemorativas, é possível observar o crescimento de contaminações, segundo ele, são momentos em que as pessoas viajam mais e se descuidam das medidas sanitárias.
“O Dia dos Namorados, por exemplo, as pessoas viajaram mais, se reuniram mais, então tudo isso propicia, de certa forma, para o aumento no número de casos e, consequentemente, nas internações”, acrescentou.
O médico avaliou ainda a diminuição da faixa etária dos contaminados pelo coronavírus, em que atribui, principalmente, à vacinação das pessoas mais velhas.
“Felizmente nós estamos vendo o efeito vacinal, a redução da mortalidade dos nossos idosos entre 70 e 100 anos no hospital. A ciência está agindo diariamente para pôr um fim nessa pandemia. O fim que a gente fala, não é necessariamente acabar com a doença, mas é desafogar nossos hospitais para que o número de internados na enfermaria e na UTI diminua, e os profissionais de saúde possam respirar, porque foi um ano e meio difícil, a gente vê a morte de vários jovens, a intubação de vários pacientes jovens. A gente precisa ter paciência que a ciência e a vacina estão aí para tentar conter a doença”, pontuou.
O município de Picos registra ainda um aumento assustador nos casos de dengue, Tércio destacou que há pacientes que chegam a ter as duas infecções, complicando ainda mais o estado de saúde.
Confira a entrevista na íntegra em podcast: