Uma projeção realizada por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em parceria com a FioCruz, revelou que a soma de mortes por Covid-19 dos cinco primeiros meses de 2021 será maior que todo o ano passado no estado.
“Até terça-feira da semana passada, em 2021, tínhamos 1.962 óbitos e, durante todo o ano de 2020, foram 2.840. Então, se continuarmos nesse ritmo, mesmo que tenha caído um pouco, em maio iremos igualar e ultrapassar todo o ano passado em mortes”, explicou o pesquisador Emídio Matos.
Em algumas regiões como as de Parnaíba, Campo Maior e Oeiras, por exemplo, os números de mortes por Covid-19 em 2021 já superaram os de 2020.
“Se a gente olhar para os territórios de saúde do Piauí, que é como a Secretaria de Saúde se organiza, os territórios da Planície Litorânea, dos Carnaubais e de Vale do Canindé já ultrapassaram todo o ano passado”, afirmou Emídio.
Busca por leitos
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), nesta quinta-feira (22) existem 53 pessoas na fila de espera por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 13 por leitos clínicos no Piauí. Apesar da abertura de novos leitos, ainda não foi suficiente para atender demanda. Emídio Matos comentou que, mesmo que o paciente consiga uma vaga, não é garantia que ele vá se recuperar da doença.
“A taxa de óbitos dos pacientes que são entubados em UTI no Piauí é de 87%, portanto, não adianta pensar que vai ter leito de UTI. Nós temos que chamar muita atenção nisso, porque depende de cada um de nós quebrar esse ciclo de transmissão do vírus para não adoecer”, disse o pesquisador.
Medidas restritivas
Nesta quinta-feira completa um ano que o Governo do Piauí tornou obrigatório o uso de máscara como forma de evitar o contágio do novo coronavírus. Além disso, outras medidas como o distanciamento social, restrições no comércio e proibição de eventos foram adotadas para coibir o alastramento da doença. Mas, ainda sim, tais determinações são desrespeitadas.
“O perfil recente de contaminados pelo novo coronavírus é um grupo inteiro de familiares ou de amigos. São nesses encontros que você vai e volta com o vírus. Precisamos diminuir o contato físico e aumentar a proximidade afetiva por meio de uso de tecnologias, não visitando pessoalmente”, comentou Emídio.
G1 PI