Recife - Blocos de carnaval agitam foliões em Recife (Sumaia Villela/Agência Brasil)

Milhões de foliões não poderão brincar o Carnaval em 2021. E, com isso, o mercado criado para atender a esse público terá um prejuízo bilionário. São músicos, técnicos de som, costureiras, motoristas de táxi ou aplicativos, ambulantes, produtores de eventos e muitos outros profissionais e setores que geram renda nesta época do ano por causa do Carnaval.

Só para ter uma ideia, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo calcula que os setores de transporte, hospedagem e alimentação movimentaram R$ 8 bilhões no Carnaval do ano passado.

Além disso, o setor informal também sentirá o impacto do cancelamento da festa. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal do Recife, Edvaldo Gomes, explica que o dinheiro gerado no carnaval cobria os gastos dos meses seguintes.

Uma famosa cervejaria multinacional abriu um processo para doar R$ 150 de auxílio para 20 mil ambulantes de todo o país. O presidente do Sindicato dos trabalhadores informais de Recife diz que a ajuda é bem-vinda, mas insuficiente.

O cancelamento do carnaval também atinge o setor de vestuários. Dono de uma loja de confecção de abadás no Ceará, Reinado Abreu conta que, sem o Carnaval, a receita cai bastante.

Mesmo para o setor que recebeu algum auxílio governamental, ele é considerado insuficiente, como argumenta o músico e produtor de eventos Pedro Ferreira, de Pernambuco.

Alguns governos locais apresentaram projetos de lei às assembleias legislativas ou às câmaras de vereadores para pagar um auxílio emergencial, mas apenas para a classe artística, como foi o caso do governo de Pernambuco, das prefeituras de Recife, Olinda e da cidade do Rio de Janeiro. Outros estados e prefeituras, onde ocorrem carnavais tradicionais, não ofereceram qualquer ajuda para os profissionais da cultura ou demais trabalhadores.

Agencia Brasil