A Embrapa Meio-Norte entrou em 2021 aprovando três projetos de pesquisa focados na apicultura e na irrigação de fruteiras no semiárido brasileiro. O orçamento é de R$ 842 mil.
O aporte do dinheiro será feito pelo Tesouro Nacional. Liderado pela pesquisadora Patrícia Maria Drumond, o primeiro projeto mira a redução de danos que são causados pelas abelhas Arapuás na cultura do bacuri, sem destruir os ninhos desses insetos. A execução do projeto pode começar em julho deste ano, a princípio no Piauí, e deve durar 36 meses.
O segundo projeto vai trabalhar a produção de abelhas rainhas Apis Mellifera – também conhecidas como abelhas-de-mel – no semiárido.
O caminho a ser seguido é o mesmo: a execução das ações devem começar a partir de julho de 2021, também no Piauí, com duração de três anos. O objetivo maior do trabalho, segundo a líder do projeto, pesquisadora Fábia Pereira, é “diversificar a produção e usar material genético da região para o melhoramento das colônias”.
O uso e gestão eficientes da água de irrigação nas fruteiras no semiárido é o foco do terceiro projeto, que seguirá o mesmo rito dos dois primeiros citados acima, em tempo de execução e espaço geográfico. Liderado pelo pesquisador Valdemício Ferreira de Sousa, o estudo vai buscar a elevação da produtividade com “eficiência no uso da água em sistemas de produção por gotejamento”.
Esses projetos foram aprovados na “chamada três” do Sistema Embrapa de Gestão. O comitê analisou 207 propostas de todas as Unidades da Embrapa nas “chamadas um e três”. Destas, foram aprovadas 69 (33,3%).
Pesquisa quer desenvolver técnicas para não eliminar ninhos de abelhas arapuás
A pesquisadora da Embrapa Meio-Norte, Patrícia Maria Drumond, afirma que as arapuás são abelhas sem ferrão que polinizam flores de diversas espécies de plantas nativas ou cultivadas, como abóbora, café, cenoura, girassol, laranja, manga, morango e pimentão, por exemplo.
Segundo ela, são conhecidas, também, como arapuás, as abelhas-cachorro, dentre várias outras denominações às quais referem-se, na maioria das vezes, à espécie Trigona spinipes.
“Apesar de sua importância na prestação de serviços de polinização, essas abelhas podem danificar caules, flores, folhas e/ou frutos em diferentes culturas, facilitando a entrada de organismos causadores de doenças, além de prejudicar o desenvolvimento das plantas e/ou reduzir a quantidade e o valor comercial dos frutos produzidos. Dentre as medidas de controle recomendadas, destaca-se o extermínio de seus ninhos”, afirmou Patrícia Maria Drumond.
O projeto da pesquisadora Patrícia Maria Drumond “Como mitigar danos ao bacurizeiro, causados pelas abelhas arapuás, sem recorrer à destruição de seus ninhos” se propõe a obter conhecimentos e desenvolver práticas que demonstrem que não se faz necessária a eliminação de ninhos, mesmo quando as abelhas se comportam como insetos-praga.
Patrícia Maria Drumond , tais conhecimentos e práticas são úteis para aqueles que desejam investir na meliponicultura (atividade de criação de abelha sem ferrão) e no manejo agroecológico de pragas.
“Ambos, quando realizados de forma organizada, podem contribuir com o desenvolvimento de sistemas de produção mais sustentáveis, nas suas múltiplas dimensões (econômica, ecológica/ambiental, social, cultural e ética)”, declarou a pesquisadora.
Meio Norte/Efrém Ribeiro