Em alguns municípios do Piauí, o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Oxford, contra a Covid-19, foi maior que o número de doses enviadas para essas cidades. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), isso acontece devido ao uso de seringas e agulhas de alta eficiência.
O gerente de atenção primária à saúde e municípios do órgão, Herlon Guimarães, explicou que a dose extra acontece porque há uma diferença entre tipos de seringa utilizada.
As ampolas do imunizante foram desenvolvidas para uso com seringas comuns, que retém uma quantidade maior de “volume morto”.
Volume morto é o líquido que continua dentro da seringa, retido no espaço entre o cilindro que contém a vacina e a agulha, após a aplicação.
Em seringas comuns, em média 3% da quantidade da vacina ficam nesse espaço. Já nas mais eficientes, chamadas de seringas de baixo volume morto, essa perda é muito menor, de apenas 0,3%.
A diferença está no formato da seringa e do êmbolo – a parte que empurra a vacina para fora.
“No momento do envasamento as indústrias consideram o volume dessas seringas que acumulam mais”, disse o gerente.
Até duas doses a mais
Segundo o Guimarães, cada ampola da vacina Astrazeneca/Oxford tem 5 ml do imunizante, suficiente para dez doses (cada dose tem 0,5 ml).
Contudo, quando os aplicadores usam apenas seringas de baixo volume, é possível utilizar mais uma ou duas doses “extras”.
Por conta disso, em Picos, Pavussu e Dom Inocêncio, o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina foi maior que o número de doses recebidas.
Em Picos, por exemplo, foram vacinadas nove pessoas a mais do que o esperado. Em Pavussu, uma pessoa a mais foi vacinada, e duas em Dom Inocêncio.
G1 PI