Praticamente sete em cada dez brasileiros têm a avaliação de que a situação econômica do país não irá melhorar nos próximos meses, de acordo com pesquisa Datafolha.

Para 41% dos entrevistados, a expectativa é de piora. Para 28%, a situação vai ficar como está, segundo levantamento realizado de 8 a 10 de dezembro de 2020. Para outros 28%, ela vai melhorar.

Os percentuais são praticamente os mesmos verificados na pesquisa realizada pelo instituto em agosto do ano passado.

No levantamento feito em dezembro de 2019, antes da crise gerada pela pandemia, 24% esperavam piora, 31%, estabilidade, e 43% achavam que ira melhorar.

Quando lhe foram perguntados sobre a perspectiva para sua própria situação econômica, 22% disseram que vai piorar, 46%, que ficará como está, e 31% esperam uma melhora. Em agosto, eram 19% (piora), 49% (ficar como está) e 30% (melhora).

A pesquisa ouviu, por telefone, 2.016 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Para 2021, as expectativas do mercado financeiro são de retomada do crescimento, após a contração da economia registrada em 2020 por causa da pandemia.

Esse crescimento, no entanto, não será suficiente para repor as perdas verificadas no ano passado, o que só deve ocorrer em 2022.

Para o primeiro semestre deste ano, o cenário é de mais incertezas, em razão do tempo necessário para o início do programa de vacinação e da evolução da pandemia da Covid-19 no país.

A redução do auxílio emergencial pela metade, por exemplo, colocou a renda de cerca de 7 milhões de pessoas abaixo do nível de pobreza de até R$ 5,50 por dia em outubro de 2020, em relação ao verificado em setembro, e esse número deve subir para quase 17 milhões com a extinção do benefício, de acordo com estudo do pesquisador Vinícius Botelho, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

A pesquisa do Datafolha mostrou que o auxílio emergencial ainda era única fonte de renda para 36% das famílias que receberam pelo menos uma parcela do benefício no ano passado.

De acordo com a pesquisa, 39% dos entrevistados pediram o auxílio emergencial, e 81% desses pedidos foram atendidos. Dados do governo mostram que o voucher alcançou quase 70 milhões de brasileiros.

Há também dúvidas em relação às “cicatrizes” deixadas pela crise, com a expectativa de que a retomada amplie as desigualdades vistas no país.
A retomada do mercado de trabalho também é dúvida, mesmo com a geração re- corde de vagas com carteira em novembro.

No total, o desemprego bateu novo recorde em novembro, atingindo 14 milhões de brasileiros.

A taxa de desocupação chegou a 14,2%, o maior percentual da série histórica da Pnad Covid, pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) iniciada em maio do ano passado para mensurar os efeitos da pandemia no país. Esse indicador considera o mercado informal de trabalho, autônomos e funcionários públicos

 

Folhapress