O Brasil registrou, até novembro, 264 crimes de violência contra candidatos ou pré-candidatos às eleições municipais de 2020, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira (24) pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso.

Esse número, segundo Barroso, é mais de cinco vezes superior ao verificado nas eleições municipais anteriores, em 2016, quando foram contabilizados 46 crimes de violência contra candidatos.

Crimes de violência contra candidatos ou pré-candidatos
464626426420162020050100150200250300

2016
46
Fonte: TSE

Assassinatos

 

De acordo com os números divulgados por Barroso, em 2020 foram 100 casos de homicídio tentado ou consumado contra candidatos ou pré-candidatos. Ou seja, o número considera também violência ocorrida antes da confirmação das candidaturas, o que aconteceu no final de setembro. Nestes casos, as vítimas eram pessoas que se diziam dispostas a concorrer nas eleições.

A maior parte desses crimes, entretanto, ocorreu após a confirmação das candidaturas: apenas entre outubro e novembro, foram 67 casos, sendo:

  • 55 tentativas de homicídio contra candidatos
  • 12 candidatos assassinados

 

Ameaça e lesão corporal

 

O levantamento divulgado pelo presidente do TSE também inclui casos de ameaça e lesão corporal contra candidatos e pré-candidatos às eleições municipais de 2020.

O crime de ameaça foi o mais registrado neste ano: 146 casos no total, o que equivale a 55% de todos os crimes de violência contra candidatos e pré-candidatos às eleições municipais deste ano.

  • Ameaça: 146 casos
  • Lesão corporal: 18 casos

 

Em uma rede social, Barroso disse que a violência contra candidatos é “incompatível com a democracia.”

“Em poucos dias, teremos 2º turno em 57 cidades. São 228 candidatos a prefeito e vice, entre eles 53 mulheres. Na campanha, aumentou a violência contra candidatos e os ataques a mulheres nas redes sociais. Violência e preconceito são fenômenos incompatíveis com a democracia”, disse o presidente do TSE.

G1