O vice-presidente de Produção e Inovação da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), Marco Krieger, afirmou em entrevista ao Jornal do Piauí, nesta quinta-feira (5), que o Brasil está bem próximo de ter uma vacina segura contra o novo coronavírus.
A expectativa é que a produção da vacina inicie ainda no final de 2020 e as doses sejam disponibilizadas para a população brasileira através do Sistema Único de Saúde (SUS) até o primeiro trimestre de 2021.
“A expectativa é iniciar a produção no finalzinho desse ano, inicio do ano que vem, de forma até antecipada, porque a gente ainda está esperando o resultado dos dados bastantes promissores que a gente tem ate o momento de segurança e eficácia da vacina que estamos envolvidos na produção, que é com a plataforma de desenvolvida pela Universidade de Oxford através de uma parceria com a AstraZeneca e esperamos já em janeiro submeter esse conjunto de dados à Anvisa para obter autorização e esperamos no primeiro trimestre já termos vacina disponibilizada para as primeiras 30 milhões de doses para a população brasileira”, explica Marco.
Os pesquisadores esperam que até o final deste ano haja dados robustos que confirmem as informações preliminares da capacidade da vacina de induzir uma resposta imunológica. Resultados obtidos através de testes clínicos mostraram que a vacina de Oxford gerou uma reação imunológica “robusta” em idosos e adultos mais jovens.
“Os estudos clínicos estão sendo feitos em mais sete países do mundo com mais de 50 mil voluntários coordenados pela Universidade de Oxford. No Brasil são feitos testes com uma parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com a participação de outros institutos como o Instituto D’or”, conta o vice -presidente de Produção e Inovação da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).
Outra expectativa é que em 2021 pelo menos 200 milhões de doses sejam aplicadas na população brasileira. No primeiro momento os grupos prioritários para serem vacinados são de idosos e profissionais da saúde. Os dados clínico revelam que uma dose é capaz de induzir uma proteção em quase 90 % das pessoas.
“Nosso maior esforço é preparar nossas fábrica para começar a produção em duas etapas. Uma etapa inicial ainda com insumo farmacêutico produzido pela AstraZeneca. São 100 milhões de doses que vamos produzir até junho do ano que vem. E em paralelo estaremos iniciando a produção 100% nacional já a partir de abril prevendo mais 100 milhões de doses ate o final do ano”, adianta Marco.
Marco Krieger afirma, ainda, que, apesar da pressas em se ter uma vacina contra o coronavírus, os pesquisadores da Vacina de Oxford não estão abrindo mão dos rigores técnicos.
“Estamos enfrentando uma situação muito grave que nunca enfrentamos antes, mas também estamos preparados para dar uma resposta com velocidade que nunca foi obtida anterior também”, acrescenta.
Izabella Pimentel
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