Em vários municípios piauienses, sobretudo da região de Picos, tem sido registrado um volume de chuva atípico para o período. De acordo com o climatologista e professor da Universidade Estadual do Piauí, Werton Costa, as chuvas também incidiram em estados vizinhos ao Piauí em grandes proporções, porém, não deve durar mais de uma semana por não estar no período considerado chuvoso.
“Essa chuva tem um certo ingrediente de atipicidade. Primeiro que a gente tem que considerar que novembro, embora seja o mês pré-estacional, já é o mês em que se manifestam as chuvas pontuais, irregulares e de pequeno volume, inclusive com concentrações pluviométricas muito expressivas em vários municípios, tanto da faixa sertaneja, limite com o Ceará, Pernambuco, Bahia; ou antes da faixa sertaneja, limita-se com o Maranhão e a faixa tocantina. Esses volumes estão relacionados à passagem de um sistema atmosférico, que é um corredor de umidade, que recupera a umidade do Oceano Atlântico, lança essa umidade no interior do Nordeste e faz essas formações de nuvens atemporais […] que impactaram 70% do território do Piauí”.
Werton Costa explica que, provavelmente, até o final desta semana as chuvas já tenham cessado na região.
“Essas chuvas, reiterando o caráter atípico, ela é resultante de um caráter episódio, que podem variar de três a seis dias de duração […]. É diferente, por exemplo, da nossa estação chuvosa típica, quando no Estado do Piauí, sobretudo, essa região aí que abrange São Raimundo Nonato, Oeiras, Picos e até Valença, recebe a umidade do Atlântico pela zona de convergência intertropical. Então nesse período nós temos um fluxo de umidade maior com duração de até três meses para essa estação, isso é uma estação chuvosa típica”, explicou.
O climatologista disse ainda que a região está em condição meteorológica conhecida como “La Niña”, um fenômeno, que ocorre naturalmente, e causa resfriamento em grande escala na temperatura da superfície do oceano.
Costa fala também que a previsão para o período chuvoso dos próximos meses é positiva. Segundo ele, no final do mês de novembro, já se pode esperar por níveis pluviométricos satisfatórios. Ele acrescenta ainda que os meses de janeiro e fevereiro de 2021 podem ter chuvas em grandes proporções na região.
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