O segundo trimestre de 2020 apresentou o menor nível de ocupação da série histórica do mercado de trabalho do Piauí, quando apenas 39,7% da população em idade de trabalhar havia encontrado alguma atividade remunerada. No primeiro trimestre deste ano, o nível de ocupação havia sido de 47,2%, representando uma queda de 7,5 pontos percentuais no segundo trimestre, a maior registrada dentre todos os estados do país. Ao compararmos com o mesmo período do ano passado, quando o nível de ocupação havia sido de 49,0%, temos que a queda no indicador foi ainda maior, de 9,3 pontos percentuais. O maior nível de ocupação da série histórica do mercado de trabalho do Piauí foi registrado no primeiro trimestre de 2014, com 56,4%.

Há cerca de 1,05 milhão de pessoas ocupadas no Piauí, uma redução de 14,6% em relação ao quantitativo de ocupados no primeiro trimestre deste ano (1,23 mihão de pessoas), e uma redução de 17,3% em relação ao quantitativo no mesmo período do ano passado (1,27 milhão de pessoas). O levantamento foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

Aumenta a população fora da força de trabalho no Piauí

Mais da metade da população piauiense em idade de trabalhar está fora da força de trabalho, ou seja, não está ocupada e nem procurou emprego. O percentual saiu de 45,3% no 1º trimestre e alcançou 54,5% no 2º trimestre de 2020. O valor também é superior ao verificado no 2º semestre de 2019, quando foi 43,9%.

Há 2,6 milhões de pessoas em idade de trabalhar no Piauí, sendo que 1,4 milhão está fora da força de trabalho.  Dentre estes, 402 mil fazem parte da força de trabalho potencial, aqueles que gostariam de trabalhar, mas não puderam buscar emprego ou tendo encontrado uma ocupação não puderam assumi-la na semana de referência da pesquisa.

Fora da força de trabalho também há 179 mil desalentados: aqueles que deixam de buscar trabalho porque não têm experiência, ou são muito jovens ou muito idosos, ou não encontram trabalho na localidade, ou, ainda, não encontraram uma ocupação que considerem adequada.

O setor informal registra maior queda de ocupação no Piauí

O trabalho informal no Piauí, no segundo trimestre deste ano, registrou queda em todas as categorias de ocupação. São considerados como trabalhadores informais: as pessoas ocupadas no setor privado da economia que não possuem registro formal de carteira assinada e aquelas que atuam como empregadores ou por conta própria não possuindo registro junto ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

No setor privado da economia, em relação ao primeiro trimestre do ano, houve uma redução de cerca de 18,2% no quantitativo de pessoas ocupadas sem carteira assinada, o equivalente a um decréscimo de 34 mil postos de trabalho. Por sua vez, o trabalho com carteira assinada apresentou uma queda bem inferior, de 2,8%.

O segmento das pessoas que atuam como empregadores informais, sem registro no CNPJ, apresentou uma queda em relação ao primeiro trimestre de cerca de 42%, com o abandono da ocupação por aproximadamente 8 mil empreendedores. O segmento dos empregadores formais, com registro no CNPJ, ficou estável nesse período.

No tocante ao trabalho por conta própria, o Piauí destacou-se com o segundo maior percentual de queda no Brasil: 22,1%. Cerca de 88 mil pessoas por conta própria perderam sua ocupação no segundo trimestre do ano, sendo cerca de 20 mil dentre os que atuam com registro no CNPJ (queda de 36,2%) e 68 mil dentre aqueles sem registro (queda de 19,8%).

Rendimento real do piauiense cai cerca de 7% no segundo trimestre do ano

A massa de rendimento real de todos os trabalhos do piauiense caiu 6,9% no segundo trimestre do ano, uma queda da ordem de R$ 110 milhões. No primeiro trimestre do ano o montante registrado de rendimento real do trabalho foi de R$ 1,69 bilhão contra um montante de R$ 1,48 bilhão no segundo trimestre.

No Brasil, o percentual de queda na massa de rendimentos foi um pouco menor, cerca de 5,6%, com uma redução no segundo trimestre da ordem de R$ 12 bilhões. No primeiro trimestre do ano, o montante registrado de rendimento real do trabalho foi de R$ 215,5 bilhões contra um montante de R$ 203,5 bilhões no segundo trimestre.

Com informações do IBGE
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