Funcionários dos Correios de Picos aderiram à greve nacional determinada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT). A paralisação teve início nesta segunda-feira (17) e atinge 70% do efetivo.
Segundo o diretor regional do Sindicato dos Correios do Piauí, Adão Vieira, os trabalhadores, em agosto, foram surpreendidos com a revogação do atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021.
“A motivação da nossa greve diz respeito a um Acordo Coletivo de Trabalho, que valia dois anos, que valeria de 31 de julho de 2019 a 31 de julho de 2021, e a empresa [Correios], não satisfeita com a decisão do TST [Tribunal Superior do Trabalho], recorreu ao STF [Superior Tribunal Federal], e o ministro Dias Toffoli, em uma decisão que não merece a nossa compreensão, concede uma liminar, reduzindo a validade desse acordo via anual, de dois anos para um ano e deixando os trabalhadores nessa pandemia do jeito que está, e a resposta que a gente tem que dar é uma greve forte”, explicou.
Os grevistas também protestam contra a privatização da estatal, e reclamam do que chamam de “negligência com a saúde dos trabalhadores” na pandemia e pedem que direitos trabalhistas sejam garantidos.
Adão Vieira pede a compreensão e apoio da população, pois, segundo ele, com a privatização dos Correios, os maiores prejudicados são os usuários do serviço.
“A gente pede a parceria da população, a maioria das pessoas que também é contra a privatização da empresa, então a gente pede a compreensão, porque a nossa luta, não é só para manter nossos direitos e conquistas, mas para manter uma empresa pública, eficiente e a serviço da população brasileira”.
O carteiro Pedro Borges destacou que com a retirada de grande parte dos direitos dos funcionários, a situação dos mesmos fica ainda mais difícil durante a pandemia.
“Foi uma baixa muito grande, sentida a nível nacional, por isso a greve a geral. Nós esperamos que a justiça, tanto o TST, como o STF e o nosso sindicato, possam sensibilizar essa justiça para que se cumpra o acordo até julho de 2021, sem nenhuma mudança”.
De acordo com texto publicado no site da FENTECT, “Foram retiradas 70 cláusulas com direitos como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno e horas extras.”