A Moderna anunciou nesta segunda-feira (27) que começou o estudo em estágio avançado para avaliar sua candidata a vacina contra Covid-19. Essa é a terceira e última fase de testes. Cerca de 30 mil voluntários adultos que não tiveram a doença respiratória causada pelo novo coronavírus receberão a vacina. A pesquisa é apoiada pelo governo dos Estados Unidos.
Em todo o mundo, cinco candidatas à vacina estão na fase 3 de estudos, de acordo com um balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS). É somente depois desta prova, em um número maior de participantes, que uma vacina pode ou não ser licenciada e liberada para a comercialização. São elas:
- Sinovac (China)
- Instituto Biológico de Wuhan/Sinopharm (China)
- Instituto Biológico de Pequim/Sinopharm (China)
- Oxford/AstraZeneca (Reino Unido)
- Moderna/NIAID (EUA)
O teste da Moderna, batizado de ‘Cove’, é o primeiro a ser implementado sob uma operação montada pelo governo norte-americano que visa acelerar o desenvolvimento, fabricação e distribuição de tratamentos e vacinas contra a Covid-19.
O governo federal dos EUA está apoiando o projeto de vacina da Moderna com quase 1 bilhão de dólares.
Vacinas em testes no Brasil
Duas candidatas à vacina contra a Covid-19 estão realizando testes em fase 3 no Brasil: a desenvolvida pela universidade britânica de Oxford e a da chinesa Sinovac.
A aposta da Universidade de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca é a mais adiantada no mundo e, também, a mais avançada em termos de desenvolvimento, segundo a OMS. Ela começou a ser testada em 22 de julho em voluntários brasileiros, em um estudo liderado no país pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Em entrevista à Reuters na quarta-feira (24), a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, disse que os ensaios clínicos com a vacina de Oxford e da AstraZeneca podem durar até um ano.
Já a vacina da chinesa Sinovac começou a ser testada em 21 de julho no Brasil. Os testes começaram após a companhia fechar acordo com o Instituto Butantan, ligado ao governo do Estado de São Paulo, que pode levar à produção da vacina no Brasil caso os testes demonstrem a eficácia do produto. Ao todo, 9 mil profissionais da saúde devem participar desta fase de testes no Brasil.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas disse que a diferença entre as vacinas contra a Covid-19 produzidas pelo laboratório chinês Sinovac e a universidade britânica Oxford é a tecnologia usada na produção.
“As tecnologias usadas na produção das vacinas são tecnologias diferentes. A tecnologia da vacina que nós estamos desenvolvendo é uma tecnologia tradicional. Então, ela já foi usada na produção de outras vacinas aqui no Butantan como a vacina contra raiva humana que nós produzimos e contra a dengue, usa essa tecnologia. É uma tecnologia usada tradicionalmente na produção de vacinas. Então, isso mostra que a produção de vacinas para outras doenças infecciosas como essa tecnologia tem um perfil de segurança testada, aprovada por organismos internacionais e em uso”, explicou.