As escolas particulares estabeleceram gabinetes de crise para negociar com os pais dos alunos as questões financeiras envolvendo o pagamento de mensalidades, além de detalhar com transparência a planilha de custos da instituição. A informação foi divulgada nesta terça-feira (05) pelo presidente do Sindicato das Escolas Particulares, professor Marcelo Siqueira.
“Eu coloquei nas reuniões (com o Procon – Ministério Público) que não se tratava apenas de uma questão de dar descontos. É uma questão de sensibilidade para negociar com os pais. Então, na segunda reunião, que foi sobre o Ensino Fundamental, nós nos comprometemos com o Procon de fazer um Gabinete de Crise em cada escola para que a gente pudesse negociar individualmente. Nós concordamos com o Ministério Público em ser transparente”.
O professor relatou que os descontos precisam ser negociados a partir da individualidade de cada família. “Quando faço um desconto linear, eu atinjo quem precisa e quem não precisa. Da mesma forma que a escola tem que dizer se está gastando a mais, o pai também tem que dizer o porquê ele precisa (de desconto). Se era um comerciante e não está mais vendendo. Nós estamos abertos para essa negociação. De qualquer forma nós entregamos mais do que prometemos. Entregamos muitos descontos porque ficou a cargo de cada instituição”
Siqueira ressaltou que as planilhas de custos já são informadas aos pais no começo de cada ano letivo. “Há um senso na cidade que os custos estão diminuindo muito, mas não acontece na proporção que estão dizendo. Dizem muito que não está se gastando com energia elétrica, mas as escolas em sua grande maioria tem contrato de demanda”.
“Na nossa primeira reunião nós prometemos ao Procon que iríamos entregar alguns descontos, e nós já fizemos mais do que o Procon acordou conosco. Os descontos da Educação Infantil aconteceram. Nós temos algumas situações particulares por causa das aulas remotas na Educação Infantil, que não são tão simples. No Ensino Fundamental isso já acontece com mais facilidade”.
Com as aulas remotas, Siqueira acrescentou que muitas escolas precisaram investir em tecnologia, aumentando, com isso, as despesas. “Os investimentos para as aulas onlines foram grandes, de equipamentos a cursos. A maioria das escolas estão com as salas funcionando porque temos que colocar um professor em cada sala. Às vezes o professor pode ficar em casa, mas tem outro funcionário que precisa estar na escola. Existem plataformas que são pagas em dólar. Nós transformamos as escolas em verdadeiros estúdios. Há contratação de pessoal qualificado de T.I. (Tecnologia de Informação)”.
“Nós estamos lutando, agora, para manter os empregos dos professores, garantir a integralidade dos salários dos professores, que tanto estão trabalhando, buscando acordos coletivos com o sindicato dos professores. A planilha de custos iria era aumentar, mas nós nos comprometemos com o promotor de informar os pais sobre os nossos gastos, despensas. Não podemos fazer as aulas de qualquer jeito”. Siqueira lembra que as aulas remotas precisam seguir as normas do Conselho Nacional de Educação.
O professor reforçou que as escolas devem finalizar as planilhas de custo dentro do prazo estabelecido pelo Procon.
“A escola está preocupada em se manter viva, aberta, preservar os empregos e que os alunos não passem tanto tempo sem acesso ao conhecimento”, ressaltou Siqueira.
Carlienne Carpaso
Cidadeverde.com