Menos de dois meses à frente da da secretaria especial da Cultura, a atriz Regina Duarte já sofre pressão para deixar o cargo. Com o aval de Jair Bolsonaro, aliados do presidente deram início a um “processo de fritura” da secretária na última semana. O objetivo é que ela peça a própria demissão. Segundo fontes ouvidas pela Folha de S. Paulo, o presidente reclamou da dificuldade de diálogo com a atriz e da resistência dela em implementar mudanças.
A atriz tomou posse no dia 4 de março, depois de uma longa negociação com a TV Globo, que pôs fim a um contrato de mais de cinco décadas. Ela havia aceitado a proposta para integrar a equipe de Bolsonaro no fim de janeiro, substituindo Roberto Alvim, demitido depois de fazer um vídeo em que parafraseava o discurso de um ministro da Alemanha nazista.
Mesmo com a pressão, a atriz tem resistido. Ela tem dito a aliados que fica no governo até quando o presidente quiser e tem afirmado que confia em Bolsonaro e que fará medidas no setor cultural.
Ainda de acordo com a Folha de S. Paulo, Bolsonaro já disse a aliados que espera que parta da própria Regina uma decisão de deixar o governo. Ele também deu carta branca para que seus apoiadores critiquem a secretária.
Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Especial da Cultura informou que “Regina Duarte segue trabalhando, reunindo-se com a equipe, representantes do setor cultural, determinada a fazer seu melhor pela
cultura, sempre alinhada com o presidente Jair Bolsonaro”. Desde que chegou ao cargo, Regina não fez anúncios contundentes para o setor cultural. Ela vem sendo cobrada pelo meio artístico pela liberação de recursos para o setor num momento de dificuldade.
Aos 74 anos, Regina integra o grupo de risco da covid-19 e foi desaconselhada a manter a rotina de viagens para Brasília. Desde o fim de março ela está trabalhando de São Paulo. No período, duas medidas foram anunciadas pela pasta: a flexibilização de prazos para editais e alterações de políticas de reembolso de shows e eventos que foram suspensos por causa da crise.
Fonte: Correio 24 horas