O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI), por meio das Câmaras Técnicas de Infectologia e de Medicina Intensiva, emitiu parecer onde afirma que o médico tem autonomia para prescrever cloroquina ou hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19. São membros das câmara técnicas e assinaram o documento, os médicos Bruno Ribeiro de Almeida , Diana Marisa Barros, Rosânia Maria de Araújo Oliveira, Kelson Nobre Veras e Patrícia Machado Veiga de Carvalho Mello. Leia na íntegra
De acordo com o parecer, o médico deve estar ciente dos riscos e precauções que deve tomar quanto aos antecedentes do paciente em relação a doença cardíaca, retinopatias, maculopatias, insuficiência hepática, epilepsia ou hipersensibilidade à droga.
“Nesse sentido, os pacientes para os quais forem prescritas cloroquina ou hidroxicloroquina precisam ser monitorados quanto aos eventos adversos cardiovasculares e outros inerentes ao uso desses fármacos”, informa o parecer.
O documento diz ainda que “os estudos sobre a utilização da cloroquina para tratamento de Covid-19 estão sendo atualizados a todo momento, devendo o médico buscar as orientações necessárias e atuais junto aos órgãos superiores de saúde a respeito de doses, duração do tratamento e associações com outras drogas”.
Os integrantes das câmaras decidiram pelo parecer no dia 7 de abril, por meio de videoconferência. Os médicos levaram em consideração vários pontos em discussão pelo Ministério da Saúde como a liberação do medicamento para tratamento de casos moderados e graves, mesmo sem comprovação científica de qualidade que embase ou que garanta eficácia do uso de cloroquina nem em casos leves, moderados ou graves.
“Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, uma publicação recente apresentou que o uso da cloroquina reduziu o tempo para recuperação clínica e promoveu a remissão da pneumonia em pacientes com COVID-19 que participaram desse estudo”, diz o parecer.
“Além disso, o Ministério da Saúde esclareceu que está monitorando os estudos de eficácia e segurança da cloroquina em pacientes com COVID-19, podendo modificar, a qualquer momento, sua recomendação quanto ao uso destes fármacos, baseado na melhor evidência disponível”, afirma outro trecho do documento.
O parecer diz ainda que, a Fiocruz, parceira do Ministério da Saúde na realização de estudos clínicos para testar medicamentos com atividade antiviral contra SARS-CoV-2, esclarece que a recomendação do MS para uso da hidroxicloroquina e cloroquina, no tratamento contra a COVID-19, chama-se uso OFF LABEL, ou seja, fora do que está indicado na bula do medicamento.
Hérlon Moraes
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