Apesar de ser considerado um dos principais meios de transporte pela sua praticidade e baixo custo, a motocicleta ainda é o veículo que faz mais vítimas fatais no Piauí. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31), pela Polícia Rodoviária Federal, das 149 mortes registradas em 2019, 73 foram de pessoas ocupantes de motocicletas, ou seja, 48,3% das mortes. Esse é o maior percentual de todo o Brasil.
Para o superintendente Regional da PRF, Stênio Pires, o alto índice de acidentes envolvendo motocicletas pode estar relacionado à falta de habilitação ou imperícia destes condutores. Em muitos casos, o não uso do capacete, associado à falta de permissão para conduzir um veículo automotor, bem como o uso de álcool, contribuem para a ocorrência destes acidentes.
“Nós verificamos nos números que a quantidade de pessoas inabilitadas que conduzem no estado do Piauí é muito grande. Então, boa parte destas vítimas, além de não estarem habilitadas, não estava usando capacete, e em alguns casos, inclusive, estavam embriagadas. É uma combinação perigosa”, alerta o superintendente. Ao todo, 12.567 pessoas, entre condutores e passageiros, foram flagradas sem capacete.
O número de pessoas dirigindo alcoolizadas, sejam motocicletas ou outros tipos de veículos, é alarmante. Em 2019, foram 1.544 autuações por alcoolemia, o que representa uma média de quatro pessoas autuadas por consumo de álcool ao volante por dia no Piauí. Em relação à quantidade de motoristas inabilitados, essa média sobe para 20 por dia. Um total de 6.779 autuadas por dirigir sem a Carteira Nacional de Habilitação durante o ano.
Acidentes
De acordo com os dados da PRF, o Piauí registrou um aumento de 8,24% de acidentes graves. Em 2018, foram 485 acidentes graves, enquanto em 2019 esse número subiu para 525. Vale lembrar que a Polícia Rodoviária Federal considera como acidente grave aquele em que há ocorrência de pessoas com lesões graves ou vítimas fatais. No total, 1.463 pessoas ficaram feridas e 149 mortas.
Entre os tipos de acidente, o que liderou foi a colisão transversal, com um total de 101 acidentes. Segundo a PRF, o maior veículo envolvido na colisão transversal é a motocicleta. “A motocicleta saindo de uma via de um município ou de uma via rural, às vezes entra de uma maneira inadequada e acaba sendo atingida por um veículo na rodovia. Ou, como já tivemos casos, moto com moto”, relata o superintendente da PRF.
Portal O Dia