Reitor da UFPI, Arimatéia Dantas, espera a liberação de mais recursos — Foto: Reprodução/TV Clube

Mesmo descontingenciamento, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Instituto Federal do Piauí (IFPI) continuam com serviços limitados. Na segunda-feira (30), o Ministério da Educação (MEC) anunciou que a liberação de R$ 1,99 bilhão para a pasta seria destinada, principalmente, para universidades e institutos federais de ensino.

Para o reitor da UFPI, Arimatéia Dantas, a liberação de R$ 16,5 milhões será suficiente para manter os serviços somente até o fim do ano. Com o valor, a instituição pretende pagar as bolsas de pesquisa dos estudantes, manter o funcionamento dos restaurantes universitários e internet nos campi.

“Nós estávamos precisando de liberação de limites de empenho para honrar com os compromissos do mês de outubro em diante. Conseguimos fechar setembro sem nenhuma dívida ou obra parada, mas a partir deste mês nós precisávamos desse recurso e aconteceu isso ontem. O ministro da Educação anunciou e foi desbloqueado metade do recurso, dos 30% previstos, que eram R$ 33 milhões, foi liberado metade, R$ 16.5 milhões. Com isso vamos poder fechar o mês de outubro, com todos os nossos compromissos”, declarou.

Arimatéia Dantas espera a liberação de mais recursos, a partir de novembro, para pagar os terceirizados, conta de energia e material de consumo. Segundo ele, a universidade não tem mais dinheiro para investimentos de ampliação da estrutura.

“Este ano tivemos uma queda muito grande nos recursos destinados aos investimentos. Nós temos no nosso orçamento, cerca de R$ 7 milhões, mas desse valor foi liberado 20%, ou seja, R$ 1,4 milhão. Nós realizamos algumas obras, com orçamentos anteriores, estamos sem capacidade de investimento e para isso precisamos de desbloqueio e liberação de limite de empenho. Eu acredito que deva ter alguma liberação, porque a universidade precisa crescer”, disse.

Pró-reitor de administração do IFPI, Paulo Borges — Foto: Reprodução/TV Clube

No Instituto Federal do Piauí (IFPI), a situação é ainda mais complicada. Segundo o professor Paulo Borges, pró-reitor de administração, mesmo com liberação dos recursos a instituição permanece no limite.

“Desde o início do ano que a gente vem sofrendo com o bloqueio. O corte anunciado pelo MEC representou 38% do orçamento do IFPI. O impacto sobre tudo isso é no ensino, porque deixamos de fazer visitas técnicas, aulas práticas, porque não temos recursos suficientes para bancar esse complemento da aula teórica, principalmente aquilo que a gente agrega com a pesquisa e extensão”, comentou.

De acordo com o pró-reitor, estava previsto o investimento de R$ 2 milhões para a instituição, mas até o momento não foi liberado nenhum valor. Com isso, todos os equipamentos e máquinas necessários para os laboratórios não podem ser adquiridos.

“É o início de um sucateamento. Este ano é um ano perdido, nós simplesmente estamos vegetando, ou seja, apenas administrando contratos de serviços em andamento, como motoristas, vigilância e limpeza. Nos 20 campi estamos apenas com aulas, exclusivamente, na sala”, declarou.

Fonte: G1