O caju é uma bênção em solo piauiense. Tudo é aproveitado, do mesocarpo ao fruto verdadeiro, a castanha. O caju da Anacardium occidentale, o cajueiro, pouco conhecido pelo nome científico, pode ser comercializado in natura e produzir subprodutos bastante apreciados, como a cajuína, o doce e a castanha de caju torrada. Mas até mesmo o bagaço é utilizado, servindo como ração para vacas leiteiras.

Uma verdadeira preciosidade do Nordeste que floresce aqui, com uma expectativa de crescimento, na produção de cajuína, o subproduto mais rentável, de 27% em relação ao ano passado. Em 2018 foram produzidas 47 mil garrafas de cajuína, contra a expectativa de 60 mil garrafas para 2019.

Este é o resultado de uma produção perspicaz, que usa da tecnologia e inteligência criativa para aproveitar ao máximo os cajueiros, que são tratados praticamente como filhos pelo gerente de produção Dalmir Barbosa, na cidade de São João da Varjota, na região de Oeiras, Sul do Piauí. Pelo relato dele, a chamada “chuva do caju” está mais perto do que nunca.

A safra inicia no final de agosto e se estende até o mês de novembro. “Estamos no primeiro mês de colheita ainda e está sendo muito bom. E é porque estamos no começo, porque vai até setembro, outubro e começo de novembro”, explica Dalmir.

A produção, de já, está dando bons resultados. “Os cajus estão amadurecendo muito bem. Nosso início de safra está muito superior ao do ano passado, que produzimos cerca de 47 mil garrafas. Se continuar assim podemos chegar a 60 mil. Atualmente, a cajuína é o subproduto mais rentável. Depois vem a castanha. O caju de mesa também sai, mas é pouco. O bagaço usamos para as vacas leiteiras”, enumera o gerente de produção.

Produto será exportado para Angola

O produtor Delmar Rodrigues, companheiro de trabalho de Dalmir, que hoje reside na Angola, está buscando alternativas para exportar a cajuína para o país africano, assim como outros produtos como a tapioca, que também tenta chegar a este mercado. A ideia é superar os requisitos de exportação brasileiro e de importação angolano e abrir o mercado.

“A castanha é uma commodity importante, assim como o milho e a soja. É uma pena que ainda sejamos pequenos quando comparamos essas produções. Nós aproveitamos o fruto também, tanto para fazer o doce como a cajuína. Estamos tentando trazer a cajuína para a Angola, algo que deve ocorrer em até três meses”, revela.

Delmar tem uma expectativa ainda maior de produção. “Vamos cumprir uma série de exigências do Brasil e Angola. Vamos passar por esses crivos e levar o produto para frente. Estimo que possamos chegar a até 80 mil garrafas, pois estamos com uma cultura de produção diferente”, finaliza o produtor.

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