O Hospital Veterinário Universitário da Ufpi (HVU) precisou ser interditado pela Agência de Defesa Agropecuária do Piauí, a Adapi, após um cavalo que estava sendo tratado no local ter sido diagnosticado com Mormo. Trata-se de uma doença infectocontagiosa que pode acometer não só animais, como também seres humanos que tenham contato com secreções do equino infectado. O Mormo, também conhecido como Lamparão, é causado por uma bactéria que atinge o sistema respiratório, podendo levar a quadros de pneumonia e até à morte.
A interdição do HVU, por onde o animal passou, foi confirmada pelo diretor da Adapi, Genilson Sobrinho. Além do hospital, o estabelecimento onde o cavalo foi sacrificado, também teve que ser fechado para uma inspeção do órgão de defesa agropecuária, bem como para a realização de exames em outros animais. A Adapi disse que já contatou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) e a Fundação Municipal de Saúde (FMS) para tomar as devidas providências quanto às pessoas que tiveram contato com o animal doente. Elas deverão passar por exames.
“Já providenciamos duas equipes, uma para o hospital veterinário e outra para o estabelecimento onde ocorreu o sacrifício para colher o material. Depois de colher a amostra, vamos mandá-la para um laboratório que é do próprio Ministério da Saúde e fica em Recife. Só depois do resultado é que saberemos que vamos poder liberar os dois estabelecimento”, explica Genilson Sobrinho.
De acordo com o diretor da Adapi, nenhum outro animal no HVU apresentou sintomas de Mormo, mas é necessária realização do exame, porque a doença é altamente contagiosa e em animais bem tratados, ela pode passar dias e até meses sem se manifestar. Os sintomas de Mormo em humanos incluem febre, dores e rigidez muscular, dores de cabeça, dos no peito, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz e diarreia, podendo levar a casos de pneumonia. Em animais, ela se caracteriza por corrimento nas narinas, presença de nódulos subcutâneos e pulmonares, e também a pneumonia.
A Adapi faz um apelo aos criadores de animais não só na região de Teresina, mas de todo o Piauí, que se detectarem algum sintoma semelhante, que informe imediatamente o órgão, para que o estabelecimento seja isolado e sejam feitos os exames. Genilson lembra o último caso de doença infectocontagiosa em animais no estado – os 16 focos de peste suína que foram detectados – e os prejuízos que ele gerou ao Piauí.
“Queremos evitar que uma situação semelhante ocorra, por isso estamos tomando todas as providências necessárias o mais rápido possível”, finaliza Genilson Sobrinho.
Fonte: Portal o Dia