O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou na última terça-feira, 16, que a instituição planeja pagar mais R$ 86 bilhões ao Tesouro Nacional até o fim de 2019. O montante vai se somar a outros R$ 40 bilhões já devolvidos no primeiro semestre ao caixa do governo, totalizando R$ 126 bilhões.
Estes recursos dizem respeito a aportes feitos pelo Tesouro ao BNDES no passado, durante os governos do PT, para alavancar as operações de crédito do banco de fomento. Cerca de R$ 500 bilhões foram da União para o banco.
“Além desses R$ 126 bilhões, ainda faltariam cerca de R$ 270 bilhões do volume total, que gostaria de devolver ao Tesouro até o fim do meu mandato”, completou Montezano.
A devolução de recursos ao Tesouro era uma das principais demandas do Ministério da Economia para o presidente anterior do BNDES, Joaquim Levy, que deixou o governo em junho após críticas do presidente Jair Bolsonaro.
Em março, o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia afirmado ao Estadoque o BNDES de Levy teria de devolver R$ 126 bilhões ao Tesouro. Na terça, durante a posse de Montezano, Guedes voltou a tratar do assunto e afirmou que a devolução de recursos é a primeira meta de Montezano.
O novo executivo, porém, citou cinco metas a serem perseguidas pelo banco até o fim de 2019. Além da devolução de recursos ao Tesouro, ele disse que pretende “explicar a caixa preta do BNDES à população”.
Durante a passagem no banco, Levy também foi criticado por não expor a “caixa preta” – referência a operações de crédito feitas pelo banco nos anos do governo do PT, principalmente em obras no exterior.
A instituição também planeja apresentar um plano de desinvestimento até o fim deste ano. Montezano pontuou que, atualmente, o BNDES possui uma carteira de cerca de R$ 110 bilhões em ações de empresas cotadas na Bolsa de Valores, incluindo Vale e Petrobrás.
A intenção, segundo ele, é acelerar a venda. “Não estou afirmando que vamos vender toda a carteira de R$ 110 bilhões, mas a intenção é essa. Vamos vender o que o mercado suportar.”
Dentro das cinco metas, Montezano citou ainda a intenção de adotar um plano de três anos para o banco e melhorar “de forma substancial” a prestação de serviços do BNDES ao Estado. Em sua visão, o BNDES será “menos banco e mais desenvolvimento”. Para ele, o patamar de desembolsos do BNDES para operações de crédito deve se acomodar perto de R$ 70 bilhões. No governo de Dilma Rousseff, a cifra foi mais do que o dobro desse montante.
Fonte: O Estado de S. Paulo.