Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que a população chegará ao marco de 9,8 bilhões em 2050, dos quais dois bilhões serão idosos. O Brasil segue a tendência mundial. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a população brasileira acima de 60 anos já representa 13,5%. Dentro de duas décadas e meia, esse percentual saltará para 24,5% dos brasileiros.
As projeções estimam que, por volta de 2030, haverá, pela primeira vez, mais idosos do que crianças e adolescentes no País. Na metade deste século, os maiores de 60 representarão o grupo demográfico mais numeroso, ultrapassando aqueles da faixa dos 40 aos 59 anos.
No Piauí, estimativas do IBGE apontam redução populacional a partir de 2032, que cairá de 3,2 milhões, dos dias atuais, para 3,1 milhões, em 2050, e 2,9 milhões, em 2060. Em 26 anos, o estado terá mais idosos do que crianças e adolescentes.
Apesar de se tratar de uma realidade cada vez mais presente, ainda é muito comum que as pessoas idosas sejam excluídas e isoladas, e isso precisa ser mudado. Segundo a assistente social Luzineide Lustosa, os idosos de hoje não são mais aquela pessoa que só fica em casa, cuidando dos netos, fazendo comida para a família ou desenvolvendo alguma atividade que o deixe isolado. Por isso a importância dos Centros de Referência.
Atualmente, cerca de 2.380 idosos são atendidos em Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos em Teresina. A meta geral de pessoas Idosas atendidas nos Centros de Convivência é de aproximadamente 1.180, já a meta geral dos Grupos de Serviço de Convivência de Idosos ofertados fora dos Centros de Convivência é de 1.200.
“Os Centros de Referências atendem pessoas idosas e desenvolvem atividades que visam integrar e dar mais autonomia para elas. Eles são orientados por uma equipe multiprofissional capacitada para desenvolver essas atividades, como socioeducativas, palestras, além de atividades físicas, ginásticas, de acordo com a capacidade deles, aliando atividades me movimentem a mente e o corpo. Hoje os idosos estão mais ativos, trabalhando a mente, se movimentando, por isso existe uma preocupação de mostrar para eles que devem fazer isso de maneira saudável, para terem uma melhor qualidade de vida”, pontua Luzineide Lustosa.
A assistente social destaca que, isolar a pessoa idosa pode causar sérios problemas à saúde mental, principalmente a depressão. “Temos que desmistificar que o idoso, por estar em uma idade avançada, não serve mais para nada. Ele precisa ter essa consciência, de que é útil, que tem serventia para muitas coisas e ainda tem muito que aprender, principalmente a se cuidar. Trabalhar esse fortaleci mento com a família também é importante, para que entendam que o idoso precisa se cuidar, ir ao centro de convivência, fazer suas atividades”, enfatiza.
Para atender as pessoas da terceira idade, existem 14 centros de convivências instalados em diversos bairros de Teresina. O atendimento será ampliado com a inauguração de mais dois centros de Convivência, o Vale do Gavião e o Jatobá, que deverão contemplar um público de 500 pessoas. Além disso, na Universidade Federal do Piauí (UFPI) e na Universidade Estadual do Piauí (UESPI) também são ofertados serviços para a pessoa idosa através dos programas PETIA e UNAT, respectivamente.
Por: Isabela Lopes – Jornal O Dia