O Piauí já registrou nos quatro primeiros meses de 2019, a morte de 12 mulheres por feminicídio. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (21) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) em razão da Semana de Enfrentamento ao Feminicídio. A média é de 3 mulheres mortas por mês este ano por este tipo de crime.
Segundo a SSP, o número de feminicídios é maior no interior do estado. Foram registradas dez mortes. Em Teresina, de janeiro até abril, foram duas mortes, uma no bairro Torquato Neto e outro no bairro Cristo Rei, ambos na zona Sul. A última morte ocorrida em abril foi de uma grávida de sete meses em Itainópolis no dia 29 de abril.
Em 2018, segundo a SSP, o estado contabilizou 27 feminicídios, 18 no interior e 9 na capital. De acordo com os dados, as mulheres são mortas geralmente por arma branca (59,3%) e arma de fogo ou esganamento (11,1% cada).
A maioria das vítimas tinha a cor de pele parda (63%). Outras 18,5% mulheres eram pretas e 18,5 % brancas.
A idade média das vítimas é de 33 anos. Sobre a faixa etária, 25,9% das mulheres tinham entre 30 a 34 anos, 18,5%, 20 a 24 anos e 18,5%, 25 a 29 anos.
Dia de Enfrentamento
O Piauí vai comemorar o Dia Estadual de Enfrentamento ao Feminicídio, 27 de maio, com uma programação especial, que começa nesta quarta-feira (22), com blitzen educativas em bares e restaurantes com difusão do aplicativo Salve Maria e conversa com garços e funcionários. Na quinta (23), haverá bate-papo com a Polícia Civil, através do Canal Educação. No dia 27, haverá palestra com autoridades, imprensa e convidados, a partir das 8h, e às 16h30, blitz educativa e panfletagem na Ponte Estaiada.
A data, 27 de maio, é uma alusão ao crime ocorrido na cidade de Castelo do Piauí em 2015 contra quatro jovens mulheres.
O secretário de Segurança Pública, Fábio Abreu, ressalta a importância das mulheres procurarem as instituições policiais para denunciar qualquer tipo violência. “O Estado do Piauí é destaque nacional e pioneiro nas políticas públicas de prevenção e enfrentamento ao crime de feminicídio, exemplos que podemos mencionar são a criação do Departamento Estadual de Proteção à Mulher e a criação de uma data de referência para discutir esse crime que infelizmente é um problema no país e por isso damos tanta importância a um problema que é muito mais social, do que de segurança pública. Precisamos conscientizar a mulher que ela não se deixe ser violentada e o homem precisa respeitar e entender que ele não vai ficar impune, como a grande maioria dos acusados de feminicídio, foram identificados e apresentados a justiça no nosso Estado”, afirma Abreu.
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