O boletim da 17ª Semana Epidemiológica de 2019 aponta um aumento de 60,6% dos casos de dengue, em relação ao mesmo período do ano passado, foram 1.384 casos prováveis em 82 municípios registrados este ano em comparação a 862 casos notificados em 52 municípios no ano passado. Os dados são da Sala de Controle de Arboviroses, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi).

“Entramos num período crítico para a dengue e outras arboviroses, pois as chuvas começam a diminuir e como estamos num clima tropical, as temperaturas aumentam, criando um ambiente propício ao ciclo de vida do Aedes aegypti”, alerta o superintendente de Atenção à Saúde da Sesapi, Herlon Guimarães.

Os municípios com maior incidência de dengue por 100 mil habitantes são Pavussu (715,3), Alvorada do Gurgueia (606,6), Cristino Castro (509,2), Rio Grande do Piauí (347,8) e Júlio Borges (344,9). Não há registros de óbito por dengue no estado.

Em relação à chikungunya, foram 163 casos notificados em 17 municípios, já no ano passado, 254 casos em 27 municípios, representando uma redução de 35,8% do número de notificações este ano. O zika vírus também apresenta redução, 71,4% a menos no número de casos. Foram seis casos prováveis em quatro municípios, já no ano passado foram 21 notificações em oito municípios.

“Existe uma tendência em aumentar o número de casos e estamos com mais de 100 municípios do Piauí em situação de alerta. É um combate que temos que fazer constantemente, principalmente com nossos ambientes domésticos, tendo em vista que 80% dos focos encontrados são nesses ambientes”, ressalta o superintendente.

Municípios em alerta

Dados da pesquisa entomológica do Aedes aegypti apontam que aumentou o número de municípios que estão com alta infestação do vetor. São 108 cidades no Piauí que estão em alerta e têm risco para ocorrência de surto das doenças relacionadas ao mosquito, de acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde, referente aos meses de fevereiro e março deste ano.

Os municípios devem manter a vigilância, pois dados da pesquisa apontam que 25 municípios do Piauí estão com Índice de Infestação Predial (IIP) acima de 4%, ou seja, alta infestação com risco para ocorrência de surto de arboviroses. Em estado de alerta, IIP de 1% a 3,9%, estão 83 municípios e 109 estão com o IIP satisfatório, menos de 1% de infestação.

Governo e população têm que trabalhar juntos, comenta o superintendente de Atenção à Saúde, “além das ações de vigilância e combate, a população deve limpar seus ambientes, descartar seu lixo de forma correta, Não vamos duvidar, as formas graves dessa doença podem sim levar a óbito, o mosquito e o vírus estão circulantes. Não podemos baixar a guarda em momento algum”, completa o gestor.

Os dados da pesquisa entomológica são coletados pelos agentes de endemias nas residências, que verificam se há focos do mosquito no local. Após esse trabalho de campo, as secretarias municipais de Saúde alimentam o sistema de informações LIRAa/LIA do Ministério da Saúde.

Além disso, o sistema aponta que sete municípios não realizaram ou não informaram ao sistema os dados da pesquisa entomológica. “Esses dados servem para que tomemos medidas mais efetivas em regiões com maior risco, precisamos desses dados para nortear nosso trabalho. Se um município não notifica sua realidade, ele acaba prejudicando sua população”, alerta Antônio Manoel, supervisor de Arboviroses da Sesapi.

Municípios com situação de maior risco

Alagoinha do Piauí, Alvorada do Gurguéia, Avelino Lopes, Belém do Piauí, Campo Grande do Piauí, Cocal de Telha, Demerval Lobão, Fartura do Piauí, Flores do Piauí, Francisco Santos, Guadalupe, João Costa, Júlio Borges, Landri Sales, Marcolândia, Matias Olímpio, Miguel Alves, Monsenhor Hipólito, Morro Cabeça no Tempo, Pajeú do Piauí, Pio IX, Pedro II, Regeneração, Santana do Piauí e Simões.

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