O ex-presidenciável Guilherme Boulos, membro da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), participou, na manhã desta quarta-feira (10), de uma manifestação realizada pelos professores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que estão em greve desde o último dia 18 de março.

Os docentes realizaram, por volta das 10 horas, uma caminhada pela Avenida Frei Serafim, partindo da Assembleia Legislativa do Piauí em direção ao Palácio de Karnak.

Num breve discurso, enquanto caminhava ao lado dos docentes, Guilherme Boulos disse que tanto o Governo Federal quanto os governos estaduais precisam realizar mais investimentos no ensino superior público.

“Com o Bolsonaro no Governo Federal, nós temos que ir pras ruas para lutar pelos nossos direitos. E o direito à educação é uma das maiores lutas que nós temos. Defender a universidade pública e gratuita, defender os investimentos em educação em todos os níveis – federal e estadual. Defender a autonomia universitária, a valorização dos professores, dos técnicos, de todos os profissionais. Defender políticas de assistência estudantil, para que não só tenha a porta de entrada aberta, mas seja garantida também a permanência [dos alunos] na universidade. Contem com a gente nessa luta. Contem com o PSol, com a frente ‘Povo sem medo’ e com o MTST. Estamos juntos”, afirmou Boulos durante a passeata na Frei Serafim.

Reivindicações

Além de autonomia financeira para a Uespi, os professores em greve pedem um reajuste salarial suficiente para repor as perdas que, segundo a categoria, foram acumuladas ao longo dos últimos seis anos.

Eles também cobram a contratação de mais professores efetivos, por meio de concurso público, e o descongelamento das promoções, progressões e mudanças de regime.

Há também demandas apresentadas pelos estudantes, como o pagamento de bolsas de monitorias, realização de reformas destinadas a melhorar a estrutura dos campi e construção de um restaurante universitário.

Audiência de conciliação

O desembargador Ricardo Gentil Eulálio Dantas marcou para a próxima sexta-feira (12) uma audiência de conciliação entre a Associação de Docentes da Universidade Estadual do Piauí (Adcesp), o Governo do Estado e a Reitoria da instituição.

A reunião será realizada no Tribunal de Justiça do Piauí, a partir das 9 horas.

O Governo do Estado havia pedido que a Justiça decretasse a ilegalidade do movimento paredista. Por isso, a Adcesp comemorou o agendamento da audiência de conciliação.

“Dessa forma, a Justiça obriga o governo a manter-se em negociação com a categoria docente, o que contraria o objetivo do governo de simplesmente conseguir a ilegalidade da nossa greve para não mais ter que negociar com a categoria”, afirma a associação.

Antonio Dias, coordenador de Comunicação da Adcesp, afirma que a entidade vai para a audiência do tribunal disposta a encontrar uma alternativa que possibilite o fim da greve. “A ADCESP se mantém firme em defesa dos direitos dos trabalhadores, e sempre disposta a negociar. Ficamos contentes com essa sábia e sensata decisão do desembargador. Certamente, nós iremos para a audiência no TJ com espírito aberto, dispostos a encontrar soluções que possam atender as reivindicações dos grevistas, e pôr fim ao movimento paredista”, destaca Antonio Dias.

O Dia