Uma das principais propostas da campanha do presidente Jair Bolsonaro foi de facilitar a posse e a compra de armas de fogo pelo cidadão comum. Para a coordenadora dos Direitos da Mulher de Picos, Maria José do Nascimento, Nega Mazé, essa decisão aumentaria ainda mais os casos de violência doméstica e mortes de mulheres.

“Nós estamos correndo risco, mais risco do que a gente já corre, a minha opinião é essa, porque a arma está no alcance das mãos. Qualquer pessoa vai lutar para ter o porte de arma e vai botar no alcance da mão, e as mulheres estão correndo mais risco”, disse.

Nega mazé acredita que o número de Feminicídio irá aumentar, pois, segundo ela, uma pessoa com uma arma na mão e com raiva é mais fácil de atirar.

Números mostram que o problema já é grave no Brasil

Segundo os dados do Mapa da Violência e do Atlas da Violência , as vítimas mais comuns por disparo de fogo são jovens negros e mulheres. Em 2016, 4.645 mulheres foram assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras.

Segundo o Atlas da Violência, entre 1980 e 2016 cerca de 910 mil pessoas foram mortas por armas de fogo no país. Conta o documento que “Uma verdadeira corrida armamentista que vinha acontecendo desde meados dos anos 1980, quando a proporção de homicídios com o uso da arma de fogo girava em torno de 40%, esse índice cresceu ininterruptamente até 2003”, e só foi interrompida com a criação o Estatuto do Desarmamento. Já o Feminicídio só foi inserido no Código Penal em 2015, sendo configurado como homicídio qualificado, com pena de 12 a 30 anos.

Confira a entrevista

Nega Mazé