Entre as infrações de trânsito mais cometidas no Piauí, não utilizar o capacete lidera os dados coletados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF-PI) no ano de 2018. Apesar dos motociclistas serem as principais vítimas fatais de acidentes de trânsito, há ainda bastante negligência com relação às medidas de segurança. É o que observa o inspetor Isaías Segundo, que é chefe substituto da Seção de Operações da PRF-PI.

O não uso do capacete é verificado, segundo o inspetor, principalmente nos perímetros urbanos dos municípios, a exemplo de Teresina, Altos, Campo Maior e Demerval Lobão; e gerou cerca de 10 mil multas ano passado. Já as multas por ultrapassagens ocorrem, sobretudo, nos trechos rurais das rodovias. Enquanto isso, as multas por não usar o cinto de segurança são registradas, sobremaneira, nas abordagens nos postos da PRF espalhados pelo Estado.

Ao todo, em 2018, a PRF-PI notificou 70.842 atos de infrações, sendo que, nesse montante, não estão incluídas as multas por excesso de velocidade, que são registradas a partir de captura de imagem. Neste caso, foram registradas 24.801 imagens, mas elas não representam multas em sua totalidade.

O inspetor estima ainda que 90% dessas imagens sejam multas de fato, mas ainda não há um dado fechado sobre esse tipo de infração em 2018. Isto porque, após a captura, a Polícia Rodoviária Federal averiguar o que realmente foi infração de trânsito. Esse número refere-se às ocorrências no trecho rural.

A partir dos dados, verifica-se também que a BR-316 e a BR-343 continuam concentrando os registros de autuações, por serem também as rodovias principais e com maior quantidade de fiscalização.

Dados na capital

Em Teresina, os variados tipos de infrações de trânsito geraram 330 mil notificações em 2018, conforme levantamento da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans). Ricardo Braga, que é supervisor dos agentes de trânsito da Capital, explica que o uso do celular pelos condutores também é uma infração bastante comum. Além disso, a falta de uso do capacete em regiões mais afastadas do Centro da cidade, velocidade acima da máxima permitida e estacionamento irregular são outras condutas impróprias que persistem por aqui.

Trânsito exige cautela, lembra inspetor da PRF

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil está entre os primeiros do ranking de mortes no trânsito e o Piauí é um dos campeões no país nesse quesito – a chamada “rodovia da morte”, apelido dado à BR-135, dá pistas nesse sentido.

A partir disso, o inspetor Isaías Segundo relembra que o trânsito exige cautela e é preciso que a locomoção seja realizada de forma segura. “A gente sempre deixa como recomendação a observação das leis de trânsito, principalmente nos trechos rurais, onde existem questões como a ultrapassagem e a velocidade. [É preciso] ter muita paciência, o trânsito exige muito mais atenção e paciência do que qualquer outra coisa. A gente precisa de muita atenção e obediência às regras de trânsito”, completa.

Outro alerta importante é a observação da segurança no veículo, com o uso do cinto de segurança, dispositivo da criança (cadeirinha) e capacete. “O uso do capacete ainda é muito negligenciado, [pelos dados] você vê que têm muitos registros, são mais de 10 mil multas. É um risco muito alto e desnecessário [o não uso do capacete], até porque a maioria das nossas vítimas são motociclistas. (…) Isso principalmente em trechos urbanos. Eles acham que pela baixa velocidade não é tão necessário quanto o trecho rural”, conclui.

O Dia