Pelo menos 306 servidores terceirizados da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) estão com os braços cruzados nesta quinta-feira (18), protestando contra o atraso nos salários. São funcionários da empresa Limpel que prestam serviços gerais e serviços administrativos na instituição, e que estão desde agosto sem receber seus vencimentos.
Além do problema com os salários, os funcionários denunciam ainda atrasos nos pagamentos dos vales transporte. De acordo com Joana D’Arc Almeida, representante da categoria, os vales são pagos quinzenalmente e mesmo o valor ainda não é depositado no certo. “Eles são parcelados e, quando vem, a gente ainda recebe com atraso. Passa a primeira quinzena do mês, por exemplo, e eles só vão depositar os vales referentes a ela seis dias depois”, explicou Joana.
Ainda de acordo com a funcionária, o que os trabalhadores têm recebido da Uespi e da Secretaria de Fazenda, que fazem os repasses para que a empresa deposite os salários, é silêncio. “Em agosto, nós fizemos uma manifestação e fomos até a empresa, mas o diretor responsável por tratar disso nunca está. Depois de um tempo, veio uma resposta da universidade dizendo que as questões têm que ser resolvidas com a Sefaz, que ela que não tem feito os repasses. Ficam jogando de um para o outro”, afirmou Joana.
Ela acrescenta ainda que a situação desmotiva os trabalhadores e que há funcionários pensando em pedir demissão, mas teme ficar sem receber os atrasados e até mesmo o valor da rescisão do contrato. “Eu nunca tinha sentido isso na pele. Dá uma sensação de invisibilidade, porque você só existe aqui dentro quando você para de servir”, declarou.
Os terceirizados da Uespi reclamam ainda do não pagamento do retroativo que foi acordado junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em maio deste ano. De acordo com a categoria, o salário daquele mês foi pago segundo a convenção de 2017 e ficou acordado que eles receberiam o retroativo até o dia 06 de setembro. No entanto, até este mês de outubro, eles esperam receber o que foi firmado com o ente ministerial.
A reportagem de O Dia entrou em contato com a Universidade Federal do Piauí que informou, por meio de sua assessoria, que quem se manifestará sobre o assunto é a Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz). Procurada, a Sefaz disse estar ciente da paralisação e das reivindicações, mas ainda não se pronunciou a respeito dos repasses. A reportagem aguarda o retorno do órgão sobre o assunto.
O Dia