Os alunos do curso de Engenharia da EsAO (Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais), que atua no aperfeiçoamento de capitães do Exército Brasileiro, realizaram uma viagem de instrução técnica ao 1º Grupamento de Engenharia, em João Pessoa/PB.
A visita aconteceu de 10 a 12 de setembro, e na oportunidade, o 1º Grupamento apresentou aos Capitães Alunos um “Tema de Operações de Engenharia de Construção”, onde puderam planejar as operações de um Batalhão de Engenharia, desempenhando funções de Estado-maior de Unidade e Comandante de Destacamento.
Após os planejamentos teóricos, os alunos visitaram as obras de transposição do rio São Francisco com o objetivo de observar operações reais a cargo dos 2º e 3º Batalhão de Engenharia de Construção (BEC), em Petrolândia/PE. Foram ainda ministradas instruções complementares, permitindo assim retificar os planejamentos executados em sala de aula. A atividade teve o apoio do Ministério da Integração Nacional.
Os Capitães Alunos foram acompanhados pelo Coronel Osmar Nunes, Coronel Bernardes, Engenheiro Sálvio Santos do 1°Grupamento de Engenharia, e pelo Tenente Coronel Hebert – Instrutor Chefe do Curso de Engenharia da EsAO e demais oficiais instrutores. Os alunos conheceram as obras do eixo leste, onde visitaram o Destacamento Florestas – PE, em seguida as instalações EBV-01, na Barragem Areias, Obras e Pavimentação da Via Acesso EBV-03, além do Destacamento Petrolândia, onde visitaram o destacamento das obras BR110/316.
“As regiões beneficiadas pelo projeto são as áreas do semiárido por onde passam os dois canais, eixo Norte e eixo Leste, ao longo do território de quatro estados – Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. No início, foram empregados cerca 800 militares na construção dos canais de aproximação e barragens de Areias e de Tucutú. Atualmente, empregamos cerca de 180 homens do 3°BEC na construção de estradas de acesso às estações de bombeamento do eixo leste do canal, e o 2° BEC empregará cerca de 60 homens em obras complementares na Barragem de Tucutú. São dois batalhões envolvidos no exercício. Os alunos visitaram as obras do 3°BEC no PISF e visitaram as obras do 2°BEC no município de Petrolândia, na BR 110”, disse o Coronel Marcus Bastos Lopes, comandante do 3° BEC de Picos-PI.
Segundo o Coronel Osmar Nunes, 44 alunos estiveram presente na visita. “O público alvo, os Capitães Alunos, são futuros comandantes de destacamento e nada mais importante que eles venham ao trecho e conheçam a infraestrutura de um destacamento e como acontecem as obras em termos de logística e operacional”, explicou.
História da transposição
De acordo com o engenheiro Sálvio Santos, do 1°Grupamento de Engenharia, o projeto da transposição do rio São Francisco teve origem ainda na época do Brasil Império, onde políticos influentes da região do Crato no Ceará, levaram a ideia para o imperador, determinando que se fizesse um estudo mais aprofundado, tendo uma concepção favorável apenas para o eixo que fazia a transposição do rio São Francisco para o rio Jaguaribe.
“Posteriormente, na década de 80, quando João Batista Figueredo era presidente, nós atravessamos uma grande seca e houve uma aclamação do povo do Nordeste para que este projeto fosse tocado para frente, e na época era ministro do interior Mário Andreasa, homem de grandes obras e grande visão, que determinou um estudo mais amplo, inclusive com a transposição também do rio Tocantins para o rio São Francisco e depois para as bacias hidrográficas do nordeste setentrional. Foi desenvolvido em nível de anteprojeto e o ramal para atender a demanda do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte esteve quase na concepção de projeto base. A obra não foi implementada naquela época por que, quando foi concebido dessa versão, tivemos uma grande invernada e o governo federal não prosseguiu com o empreendimento”, explicou o engenheiro.
Fabrício Sousa
Colaboração: Josimar Santana